Um adolescente de 16 anos, identificado como Pedro Ricardo Gouveia Chagas, morreu na tarde da última quinta-feira (5) após ser baleado durante uma perseguição policial no bairro Jardim Cristóvão, em São Luís. Segundo familiares, o jovem pilotava a moto do pai, emprestada sem autorização, quando foi abordado por uma viatura da Polícia Militar. Com medo de perder o veículo por ser menor de idade, ele fugiu, momento em que foi atingido por disparos nas costas.
Mesmo ferido, Pedro ainda conseguiu retornar para casa, onde familiares o socorreram e o levaram ao Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II). O adolescente foi submetido a uma cirurgia de emergência, que incluiu a retirada de parte do fígado e o tratamento de lesões em outros órgãos vitais. Apesar dos esforços médicos, ele não resistiu aos ferimentos.
No velório, parentes relataram que Pedro era estudante e não tinha qualquer envolvimento com a criminalidade. “Meu filho é menor, estuda de manhã e à tarde, nunca foi preso. A moto era minha, ele pegou emprestado”, declarou o pai, Ricardo Anchieta Chagas.
O episódio causou comoção e revolta entre os familiares. “Ele não era um criminoso. A polícia erra, atira primeiro e depois tenta justificar dizendo que a moto era roubada. Estamos sofrendo porque tiraram a vida de um menino inocente”, afirmou o tio Glindison dos Santos Gomes.
Outro tio, Edy Souza Rodrigues, denunciou que familiares estariam sendo intimidados por policiais durante o velório. “Isso não pode ficar impune. Já aconteceu outras vezes e, infelizmente, sabemos que não será a última”, disse.
Até o momento, os policiais envolvidos na ocorrência não foram identificados. Em nota, a Polícia Militar do Maranhão informou que está adotando os procedimentos legais cabíveis. Já a Polícia Civil, por meio da Superintendência Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP), declarou que o caso está sob investigação. A SHPP informou que já iniciou diligências externas para reunir elementos que ajudem a esclarecer as circunstâncias da morte de Pedro e punir criminalmente o responsável.
O caso reacende o debate sobre a abordagem policial a adolescentes e a letalidade das ações policiais no estado.
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