O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, anunciou na manhã desta quarta-feira (4/12, horário local) a suspensão da lei marcial, decretada por ele seis horas antes. A decisão foi comunicada durante uma transmissão ao vivo do gabinete presidencial às 4h27 da manhã, horário coreano (16h27 do dia anterior no horário de Brasília).
“A partir das 23h da noite passada [horário local], declarei a lei marcial com uma vontade resoluta de salvar o país contra forças antiestatais que tentam paralisar as funções essenciais do Estado e colapsar a ordem constitucional da democracia liberal”, afirmou o presidente.
Yoon explicou que a suspensão ocorreu após um pedido formal da Assembleia Nacional. “As tropas destacadas para os assuntos de lei marcial foram retiradas. Aceitaremos imediatamente as exigências da Assembleia Nacional por meio de uma reunião do Gabinete e suspenderemos a medida”, garantiu.
Embora a reunião do gabinete tenha sido convocada de forma emergencial, Yoon revelou que o quórum necessário ainda não havia sido atingido devido ao horário. “Suspenderei a lei marcial o mais rápido possível”, afirmou. Ele também criticou a Assembleia Nacional, pedindo o fim de ações que, segundo ele, estariam “paralisando a função do Estado” por meio de “repetidos impeachment, manipulação legislativa e orçamentária”.
Retirada das tropas militares
As tropas militares, que haviam sido destacadas para o estacionamento da Assembleia Nacional após a declaração da lei marcial, começaram a se retirar na madrugada desta quarta-feira (horário local). De acordo com a agência Yonhap News, os primeiros militares deixaram o local por volta da 1h30 e embarcaram em ônibus militares, que partiram definitivamente às 3h30 (15h30 no horário de Brasília).
A retirada aconteceu duas horas e meia após a aprovação de uma resolução pela Assembleia Nacional exigindo a suspensão da lei marcial. Durante esse período, rumores de que os militares poderiam voltar ao prédio geraram tensão. Segundo o diretor do Centro Militar de Direitos Humanos, o Exército ainda não havia cancelado suas operações, conforme esclarecido em uma publicação às 2h56 no X (antigo Twitter).
A presença militar na área desencadeou protestos. Cerca de 4 mil pessoas se reuniram nas proximidades da Assembleia Nacional ao longo da madrugada, segundo estimativas não oficiais da polícia. Houve tentativas de bloquear veículos militares e conflitos pontuais entre civis e soldados.
A pressão popular também cresceu com o anúncio de uma greve geral liderada pela Confederação Coreana de Sindicatos, cujo presidente exigiu a renúncia de Yoon Suk-yeol. Manifestantes prometeram continuar os protestos até que suas demandas fossem atendidas.
Deixe um comentário