O maranhense Rafael Paixão, de 29 anos, recrutado como voluntário para atuar no exército da Ucrânia, encontra-se hospitalizado após ter pisado em uma mina-borboleta, um artefato explosivo de pequeno porte, mas com alto poder destrutivo. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (2) pela mãe do jovem, Neila Paixão, após uma chamada de vídeo com o filho.

Segundo Neila, Rafael está em condição estável e recebe acompanhamento médico e psicológico. Durante a conversa virtual, o rapaz demonstrou abatimento e afirmou que não pretende mais retornar à linha de frente do conflito. Ele também manifestou o desejo de voltar ao Brasil assim que possível.

A família havia perdido contato com Rafael por quase 20 dias e só voltou a ter notícias no sábado (28), quando ele enviou uma breve mensagem por aplicativo dizendo: “Oi mãe, estou vivo graças a Deus, mas estou em missão”. A comunicação, ainda que curta, trouxe alívio temporário aos parentes e amigos, que estavam preocupados com seu paradeiro.

Durante o período de silêncio, familiares chegaram a acionar o consulado brasileiro na Ucrânia e tentaram contato com autoridades ucranianas, mas não obtiveram respostas concretas sobre o paradeiro do maranhense.

Rafael cursava Direito em uma faculdade particular em Imperatriz (MA), mas abandonou os estudos em agosto de 2024 para viajar à Holanda com a namorada, em busca de novas oportunidades. Após o fim do relacionamento, decidiu se alistar como voluntário nas forças armadas ucranianas, que lutam contra a invasão russa.

A família segue em contato com Rafael e aguarda mais informações sobre sua recuperação e possível repatriação.

O conflito entre Ucrânia e Rússia

A guerra entre Ucrânia e Rússia teve início em fevereiro de 2022, quando o presidente russo Vladimir Putin autorizou uma ofensiva militar contra o território ucraniano, com foco inicial nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste do país.

O conflito é um dos mais intensos enfrentados pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial, causando milhares de mortes, milhões de refugiados e grande destruição de infraestrutura. A Ucrânia tem recebido apoio militar e financeiro de países do Ocidente, enquanto a Rússia enfrenta sanções econômicas severas.

Apesar de esforços diplomáticos esporádicos, o conflito segue sem uma resolução definitiva, com combates constantes, principalmente nas regiões leste e sul da Ucrânia.