Após quase quatro anos usufruindo de “mensalinhos” e outras benesses do executivo, alguns vereadores decidiram, de forma oportunista, trair aquele que os beneficiou e agora articulam para destituir o prefeito, a quem trataram como aliado até então. A trama, que busca enfraquecer a atual gestão, está sendo arquitetada por um grande empresário que recentemente conseguiu ser eleito prefeito e, agora, move as peças para assumir o controle antes mesmo do início do seu mandato oficial.

Além de dezenas de cargos usados para abrigar familiares e amigos, alguns desses vereadores “aliados” recebiam mensalmente generosas quantias de uma empresa contratada pela prefeitura. Alegavam que o salário de mais de R$ 7 mil não bastava e demandavam um ‘extra’ para garantir os votos favoráveis aos projetos do governo na Câmara.

O “vereador dos cocos”, por exemplo, não escondia o orgulho de controlar mais de 200 cargos no governo. Já um parlamentar ligado a uma igreja evangélica, que chegou a ser líder do governo na Câmara graças à confiança do prefeito, também votou pelo afastamento de seu agora ex-aliado na última sessão.

Além desses dois, outros três vereadores — todos igualmente favorecidos pelo governo com cargos e outras vantagens — se uniram à trama. Com apenas dois meses restantes para o fim do mandato, eles decidiram virar as costas para o prefeito.

Fontes indicam que os cinco vereadores, antes apoiadores do prefeito, teriam recebido R$ 60 mil desse empresário recém-eleito para votar a favor do afastamento.

Trair um “amigo” por dinheiro, além de demonstrar uma profunda falta de caráter, evidencia a fragilidade moral desses vereadores. Ao aceitar dinheiro para derrubar quem os apoiou por todo o mandato, eles mostram que não são dignos da confiança da sociedade e que merecem o mais completo repúdio da população e da classe política.