“Mesmo a comida sendo R$ 1, às vezes a gente não tem nem esse R$ 1”, essa é a realidade da vendedora ambulante Madalena Pereira, de 55 anos, que, com frequência, recorre a um restaurante popular em São Luís para fazer, ao menos, uma das refeições do dia. A história de Madalena se junta a de outras centenas de maranhenses que, por causa de recursos financeiros, têm dificuldade para comprar o mínimo para se alimentar.
Por mês, Madalena, que mora no bairro Ilhinha, na periferia de São Luís, leva para casa uma média R$ 600, fruto de suas vendas. Mas ela conta que nem sempre consegue juntar esse valor mensalmente, o que reflete diretamente na mesa da ambulante.
Durante a pandemia de Covid-19 Madalena chegou a receber o Auxílio Emergencial do governo federal, mas após três meses o benefício da vendedora ambulante foi cortado, segundo ela, sem explicação.
“Esses três meses foram ótimos, mas depois eu tive ajuda de parentes. Esse auxílio me ajudou muito, muito mesmo. Eu comprava principalmente alimento, às vezes até conta de luz atrasava, mas meu alimento nesse tempo, graças a Deus, foi bom. Aí cortaram com três meses”, conta.
Pobreza no Maranhão
O Maranhão é o estado com a maior porcentagem de pessoas em situação de pobreza. O levantamento é do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e feito com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. O indicador do estado melhorou de um ano para o outro: passou de 67,5% da população em 2021, para 58,9% em 2022.
Mesmo com a queda, o Maranhão segue como o estado com os maiores indicadores: seis a cada dez maranhenses vivem na pobreza. Em segundo lugar está o estado do Amazonas, com 56,7% da população vivendo na pobreza, e em terceiro Alagoas, com 56,2%.
Já as menores taxas de 2022 foram contabilizadas no Rio Grande do Sul (18,2%), no Distrito Federal (17,3%) e em Santa Catarina (13,9%).
Levantamento nacional
De acordo com a pesquisa, mais de 10 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza no país no último ano. Mesmo assim, a maioria da população de nove estados segue na pobreza – ou seja, vive com uma renda mensal de até R$ 665,02.
A pesquisa mostra ainda que o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza – ou seja, com até R$ 208,73 por mês – também diminuiu, recuando de 20 milhões em 2021 para 13,7 milhões em 2022. Isso significa que, no ano passado, 6,4% da população vivia nestas condições.
O pico também foi em 2021, com 9,4%. Mas o estudo destaca que, mesmo com a queda em 2022, os números também são considerados altos.
Veja o ranking completo dos estados
Proporção da população que vive abaixo da linha de pobreza:
- Maranhão: 58,9%
- Amazonas: 56,7%
- Alagoas: 56,2%
- Paraíba: 54,6%
- Ceará: 53,4%
- Pernambuco: 53,2%
- Acre: 52,9%
- Bahia: 51,6%
- Piauí: 50,4%
- Amapá: 49,4%
- Pará: 49,1%
- Sergipe: 47,9%
- Roraima: 46,8%
- Rio Grande do Norte: 46,2%
- Tocantins: 35,8%
- Rondônia: 31,1%
- Rio de Janeiro: 29,1%
- Minas Gerais: 27,5%
- Espírito Santo: 26,8%
- Goiás: 24%
- Mato Grosso: 23,3%
- Mato Grosso do Sul: 23%
- Paraná: 21,3%
- São Paulo: 20,4%
- Rio Grande do Sul: 18,2%
- Distrito Federal: 17,3%
- Santa Catarina: 13,9%
Com informações do G1
Deixe um comentário