Não sei o seu nome, quem são seus familiares, sua origem e as causas que o levaram a viver perambulando pelas ruas de Codó-MA, se tornando um andarilho.
O conheci como “O Presidente”. Esse homem me chamou tanto a atenção, que acabei me aproximando dele não por pena, mas confesso, pelo seu jeito de ser, seus hábitos e a forma como ele vivia. Acredito até que conquistei sua amizade e confiança. Nos seus raros momentos de lucidez, falava, mas dizia pouco. Me encantei pelo seu desprendimento, sua simplicidade e pela autoridade que demonstrava, quando incorporava seu mais ilustre personagem, “O Presidente”.
Peguei tanto no pé desse cara, que certo dia, com uma câmera nas mãos, gravei e arranquei dele a resposta que eu mais desejava saber, algo inusitado e hilário. Nessa conversa, o presidente mergulha ainda no seu mundo e me conta fatos e passagens de sua vida, que me deixaram de queixo caído.
Entre a loucura e a razão, fico sem saber se este homem delira ou revela consciente, seus traumas e suas dores. Há! como foi divertido aquele momento. Pergunto: como o Sr. se tornou presidente? O homem responde: “A premera inleição, eu ganhei aqui no Codó aí me robaro e eu fui imbora pro Belém do Pará, lá eu fui inleito de novo, me robaro, tomaro meu gado aí eu voltei de novo pro Codó e aqui sou presidente até hoje”. Sorrir e ele não gostou. Assim foi o presidente. Com um celular velho e sem bateria no ouvido, esbravejava, xingava o Lula, a Dilma, o Prefeito, as cantineiras da prefeitura e quem se metesse a besta com ele. O Banco do Brasil seu apartamento, o coreto da praça Ferreira Bayma, seu alojamento mais simples e as ruas de Codó, seu território demarcado. Se foi um louco, quem sou eu pra atestar sua insanidade, só sei que como o presidente, vagam pelas ruas dessa cidade, dezenas outros presidentes os quais carecem tanto da nossa solidariedade, do nosso amor e de nossas atitudes.
Siga presidente, e caminhe rumo ao seu progresso espiritual, porque aos olhos de Deus, os últimos serão sempre os primeiros.
Por: Messias Marques
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