Dezesseis trabalhadores, incluindo três maranhenses, foram resgatados de um navio em condições análogas à escravidão na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador (BA). Entre os resgatados, nove eram naturais de Salvador, três do Maranhão e quatro do Espírito Santo. Eles foram contratados por uma empresa de Vitória (ES) para realizar serviços de lavagem e pintura nos porões de um navio cargueiro com bandeira das Ilhas Marshall, pertencente a uma empresa norueguesa.

De acordo com a investigação, os trabalhadores permaneceram por cinco dias em condições extremamente precárias a bordo da embarcação. Eles não tinham um local adequado para alimentação, descanso ou higiene pessoal. Dormiam em redes e colchões espalhados pelo convés, expostos às intempéries, sem qualquer conforto. Para tomar banho, utilizavam uma mangueira ao ar livre na parte externa do navio, e as refeições eram feitas no próprio convés, sentados no chão. Além disso, a jornada de trabalho chegava a 14 horas diárias, com apenas uma hora de pausa para o almoço.

Após o resgate, os trabalhadores foram retirados do navio e o empregador providenciou hospedagem em terra enquanto aguardavam o pagamento das verbas salariais e rescisórias devidas. Na última quarta-feira (25), todos retornaram para seus estados de origem.

A operação de resgate foi realizada por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, com o apoio da Marinha do Brasil.