A Polícia Judiciária e a Marinha de Portugal interceptaram um submersível carregado com 6,5 toneladas de cocaína a 920 quilômetros dos Açores. A bordo, estavam três brasileiros, um colombiano e um espanhol.

— Isso evidencia a internacionalização das organizações criminosas. Não se trata mais de um grupo isolado de brasileiros, colombianos ou mexicanos — afirma Roberto Uchôa, membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pesquisador na Universidade de Coimbra. Essas organizações se adaptam rapidamente, utilizando novas tecnologias para alcançar seu objetivo: entregar drogas no destino final.

O narcossubmarino partiu do litoral brasileiro e tinha como destino um ponto da Península Ibérica. Durante coletiva de imprensa, Luís Neves, Diretor Nacional da Polícia Judiciária, explicou que esses submersíveis não chegam diretamente à costa. Em vez disso, aproximam-se apenas o suficiente para que lanchas realizem a retirada da droga e a transportem para o interior do país com rapidez.

Neves destacou que os tripulantes presos “não são aprendizes” e foram treinados para essa operação criminosa transatlântica. O nome da organização responsável pela carga não foi divulgado, mas, segundo ele, trata-se de um dos muitos grupos que tentam “inundar a Europa com cocaína”.

— São os cartéis que fabricam esses submarinos. Eles possuem tecnologia de ponta para manter comunicação com a organização criminosa e permanecer em alto-mar — declarou Neves, conforme reportado pelo jornal português Observador.

A operação teve início após uma informação compartilhada pelo Centro de Análise e Operações Marítimas (Narcóticos), entidade que reúne oito países da União Europeia e o Reino Unido no combate ao tráfico de drogas pelos oceanos. A Guarda Civil da Espanha alertou as autoridades portuguesas sobre a aproximação do narcossubmarino, levando à sua interceptação.