
Inovações devem trazer mais personalização, resultados e naturalidade aos protocolos estéticos em 2025
Em 2024, o mercado da beleza no Brasil movimentou cerca de US$ 27 bilhões, posicionando o país entre os cinco maiores nesse segmento, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) com a Statista. O estudo também revela uma perspectiva de crescimento contínuo, com estimativa de que o mercado nacional atinja US$ 32 bilhões até 2027.
De acordo com especialistas e organizações do ramo, a tecnologia estética é uma das responsáveis por esses números, sendo a principal norteadora de tendências para o setor neste ano de 2025. O uso de novas tecnologias deve continuar revolucionando a área, principalmente, por trazer alternativas menos invasivas aos tratamentos.
Segundo a gerente do Corpo Clínico do Grupo MedSystems, Leticia Pak, os avanços nas tecnologias da estética têm impulsionado uma tendência expressiva em direção a soluções regenerativas e minimamente invasivas. Como resultado, o público tem a possibilidade de contratar serviços e realizar procedimentos que garantem melhores resultados, menos desconforto e menor tempo de recuperação.
Inteligência Artificial com foco na personalização
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta as tendências que devem marcar o ano de 2025 na estética. Boa parte delas está relacionada às novas tecnologias. A Inteligência Artificial (IA) é uma inovação que aparece em diferentes setores e, na estética, ajuda a criar procedimentos com foco na personalização.
A pesquisa “Tendências de beleza 2025 na América Latina”, conduzida pela WGSN, também destaca que este será o ano de uma maior demanda por personalização nos serviços e produtos do setor da beleza. Conforme pontua o estudo, essa preferência abre espaço para produtos e serviços que entreguem, além de performance, uma preocupação com o bem-estar e a saúde mental do consumidor.
O uso de IA na estética traz para o setor a capacidade de criar experiências personalizadas, proporcionando resultados mais assertivos. O Sebrae informa que tecnologias e aplicativos de diagnóstico estão se tornando comuns e oferecem recomendações baseadas nas necessidades específicas de cada consumidor.
Uma das tecnologias que exemplifica a onda de protocolos é o Vectra H2, um equipamento que pode ser utilizado para a captação e análise de imagens em tratamentos faciais, mamários e corporais. Essa inovação capta imagens 3D em alta definição para construir um modelo tridimensional do paciente, mostrando o comparativo do antes e depois do resultado para evidenciar as técnicas detalhadas e precisas.
A entidade afirma que 62% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos de cuidados pessoais que sejam hiperpersonalizados. O dado reflete uma demanda crescente por soluções de beleza que atendam às necessidades individuais, característica relevante no cenário brasileiro, onde há diversidade de pele e cabelos, além de diferentes condições climáticas que afetam ambos.
Lasers cada vez mais tecnológicos
Outra tecnologia que tem sido bastante utilizada na estética é o laser. Artigo publicado pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) da Universidade de São Paulo (USP) revela que o uso de lasers pode ser aplicado nas áreas de saúde e estética, explorando diferentes comprimentos de onda de luz para realizar procedimentos que reduzem a dor e a inflamação.
Uma dessas inovações é o soprano ice platinum, tecnologia de depilação a laser que combina três comprimentos de onda de laser em uma ponteira: o laser de diodo, Nd:YAG e o Alexandrite. Há, também, o Youlaser, tecnologia citada por Leticia como uma das abordagens diferenciadas na estética.
Conforme explica a profissional, ele é um laser híbrido que combina as tecnologias de CO₂ e Erbium Glass, promovendo uma remodelação profunda do colágeno, melhorando a textura da pele e tratando sinais de envelhecimento e cicatrizes sem o pós-tratamento agressivo.
Procedimentos guiados pelo ultrassom
O ultrassom foi, durante muito tempo, associado à saúde, mas nos últimos anos vem sendo utilizado na estética para criar protocolos inovadores. Diferentes estudos e instituições acadêmicas que pesquisam sobre tecnologia apontam que essa ferramenta tem se tornado essencial na prática estética por oferecer resultados seguros e personalizados.
Um estudo conduzido pela Universidade de São José dos Campos e divulgado no Encontro Latino-Americano de Iniciação Científica 2024 (Inic), mostra que o ultrassom estimula a produção de colágeno, traz resultados naturais e pode ser utilizado em diferentes áreas do corpo, do rosto às nádegas.
Um aparelho que faz uso dessa tecnologia é o Ultraformer III, inovação que combina a ultrassom micro e macrofocada que podem ser ajustadas conforme o objetivo. Os protocolos podem ter como o foco a face para promover efeito lifiting, melhorando a aparência de linhas e rugas, ou no corpo, reduzindo a flacidez e gordura localizada no abdômen e na região interna das coxas.
Apesar do ultrassom ser uma tecnologia recente na estética, quando comparada aos procedimentos tradicionais a pesquisa da Inic reforça que ela é muito promissora para a estética e, dessa forma, deve continuar marcando presença nos protocolos do setor em 2025.
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