João Gabriel Pereira Moura, de 24 anos, foi morto pela polícia na última sexta-feira (21) durante uma operação em Timon (MA), cidade vizinha a Teresina (PI). Ele era suspeito de envolvimento na morte da influenciadora digital Sâmya Silva, assassinada a tiros em outubro de 2023, e estava foragido.

Conhecido pelo apelido de “Batata”, João Gabriel foi apontado pela investigação como um dos envolvidos no crime, embora não tenha participado diretamente da execução. “O Gabriel era suspeito de ter participado. Não de forma direta na execução, mas, segundo o que foi apurado, no dia do crime ele estava no clube onde a vítima se encontrava com amigas e teria, junto com outros presentes, decidido pela morte dela”, explicou a delegada Nathalia Figueiredo, responsável pelo caso.

De acordo com o delegado Otávio Chaves, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Timon, João Gabriel foi localizado durante uma operação contra o tráfico de drogas no bairro Novo Tempo. Ele teria reagido à abordagem, entrando em confronto com equipes da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e da Polícia Militar do Maranhão (PMMA).

“O suspeito investiu contra as forças policiais, que revidaram. Ele foi alvejado e acabou morrendo no local, na região conhecida como Beira da Linha”, informou o delegado.

João Gabriel era o último suspeito do caso que ainda estava sendo procurado. Em fevereiro de 2024, o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Teresina indiciou quatro pessoas pelo homicídio triplamente qualificado de Sâmya Silva: Felipe de Sousa Amorim, Israel Boanerges Ribeiro de Sousa, Raimunda Nonata Vitória da Silva e Davdy Jhorrany Moreira Dourado. Eles foram denunciados pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) e se tornaram réus pelo crime.

Segundo a polícia, a influenciadora foi assassinada por membros de uma facção criminosa rival. “A Sâmya fazia parte de uma facção, além de praticar tráfico de drogas, e foi morta por integrantes do grupo rival. Os quatro foram indiciados por homicídio com três qualificadoras — motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e perigo comum — além de organização criminosa”, destacou a delegada Nathalia Figueiredo.

Outras três pessoas investigadas no caso também foram presas, incluindo Herbert, apontado como possível mandante do crime, que morreu após ser detido em janeiro de 2024.

Quem era Sâmya Silva?

Sâmya Silva, de 21 anos, era influenciadora digital em Teresina e acumulava quase 50 mil seguidores no Instagram. Nas redes sociais, compartilhava detalhes de sua rotina e conteúdos sobre apostas em roletas online, popularmente conhecidas como “Jogo do Tigrinho”.

Em agosto de 2023, ela ganhou notoriedade após viralizar em um vídeo comemorando os primeiros votos favoráveis no Supremo Tribunal Federal (STF) à descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.

Após o episódio, envolveu-se em várias polêmicas nas redes sociais. Horas antes do assassinato, ela havia publicado stories sobre uma briga em uma festa e chegou a fazer sua última postagem uma hora antes do crime.

O crime

No dia do assassinato, Sâmya passou a tarde em um clube na Zona Leste de Teresina acompanhada de duas amigas. Pouco depois de deixar o local, as três foram perseguidas por dois homens em uma motocicleta.

A influenciadora pilotava a moto levando as amigas quando percebeu a aproximação dos criminosos. Ela jogou o veículo no chão e tentou fugir a pé, mas foi atingida e morta a tiros na Avenida João XXIII, no bairro São Cristóvão. Os assassinos fugiram em seguida.

Yrla Lima, também influenciadora e amiga de Sâmya, testemunhou o crime e teve o celular atingido por um disparo durante o ataque. Abalada, ela publicou nas redes sociais mensagens lamentando a morte da amiga e mostrou o aparelho danificado.