A jovem Emilly Luíza Ferrete Fernandes, de 25 anos, procurou a polícia ao menos duas vezes para denunciar o ex-namorado, antes de ser morta a facadas por ele, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (4).
Em um dos registros policiais, a vítima denunciou Thales Thomás do Vale, de 29 anos, por divulgar vídeos íntimos dela em uma rede social.
Em junho deste ano, Emilly procurou a Delegacia de Mulheres afirmando que o ex criou uma página fake no Instagram e adicionou os familiares dela. Logo em seguida, ele encaminhou as imagens.
Ainda conforme a vítima, os dois ficaram juntos por cerca de oito meses e, após o término, Thales enviou um áudio para a jovem. Na gravação, ele teria dito que “ferraria com Emilly” caso ela voltasse a frequentar uma boate específica.
As ameaças e a divulgação dos vídeos aconteceram enquanto o suspeito estava nos Estados Unidos, onde morou por cerca de um ano. Thales ainda disse que voltaria ao Brasil.
Ainda conforme o registro policial, temendo pela integridade física, a jovem solicitou medida protetiva.
Na última terça-feira (2), Emilly voltou a procurar a polícia para pedir medida protetiva após o homem puxar o pescoço e um dos braços dela.
O crime
Emilly Luíza Ferrete Fernandes, de 25 anos, estava em casa quando foi atacada pelo ex com uma faca.
“O portão de casa estava só com o cadeado passado. (Ele chegou) começou a pedir desculpas para minha irmã, mas ela não aceitou. Ele entrou e eu fui pegar um pedaço de pau para defender eu e minha irmã, ele começou a desferir os golpes contra ela, muitas facadas, ela caiu no chão, eu tentei cair por cima dela”, contou o irmão da vítima, de 16 anos, que também foi atingido.
A mulher chegou a ser socorrida pela polícia e levada ao Hospital Júlia Kubitschek, mas não resistiu aos ferimentos.
Puxões no pescoço e braço
Na última terça-feira (2), a jovem procurou a Polícia Civil informando que o casal tinha terminado e que o homem ficou com ciúmes após a jovem criar um perfil fake em uma rede social.
Entre os amigos dessa rede estaria um outro ex dela. O suspeito teria jogado um telefone e um celular contra a mulher, ela se levantou para ir embora do imóvel em que estavam e, nesse momento, ele puxou o pescoço e o braço dela e a jogou sobre a cama.
Os avós do homem tentaram cessar a briga e a levaram até o portão. Nesse momento, ainda conforme o registro policial, o suspeito a jogou no chão e lhe arrastou tentando puxar o relógio que já estava no braço dela.
A vítima voltou para a casa, e o ex foi atrás pedindo que ela não denunciasse os fatos à polícia. A jovem procurou a Delegacia de Mulheres, onde o caso foi registrado.
Sobre o registro da vítima no dia 2 de agosto, a Polícia Civil informou que “foram instaurados medidas de investigação e foi expedido medida protetiva para a vítima”.
Sobre o pedido de medida protetiva feito por Emily em junho, a instituição disse que, “em julho deste ano, foi instaurado Inquérito Policial para apurar a denúncia feita em 30/06/2022 pela vítima sobre publicação de fotos íntimas e ameaça”.
Segundo a polícia, “na oportunidade também foi solicitada Medida Protetiva de Urgência e o procedimento está em andamento na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher”.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais disse que não localizou registros referente aos nomes do réu ou da vítima em Belo Horizonte. “Salientamos ainda que processos relativos à violência doméstica tramitam em segredo de justiça e podem estar com registro oculto”, afirmou o TJMG.
Com informações do G1 Minas Gerais
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