Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, suspeito de trancar uma menina de 12 anos em uma quitinete após levá-la do Rio ao Maranhão, monitorava a vítima por meio de um aplicativo espião. A garota era procurada desde o dia 6 e foi encontrada nesta terça-feira (14), no bairro Divinéia, na periferia de São Luís.

De acordo com a polícia, o suspeito trabalhava em um açougue e, quando estava fora, costumava “espionar” tudo o que a garota conversava pelo aplicativo, que foi instalado em celular entregue a ela.

“Tudo o que ela falava e com quem ela falava ele tinha acesso no outro aparelho. Ela sentia aquela dificuldade em conversar”, disse o delegado Marconi Matos, da Superintendência de Homicídios, em São Luís.

A polícia também procura pelo motorista de aplicativo que trouxe Eduardo e a vítima do Rio de Janeiro até o Maranhão. Em depoimento, o suspeito contou que embarcou com a garota em um carro de aplicativo de volta à São Luís. A viagem durou dois dias e custou R$ 4000, pagos por Eduardo.

Suspeito e vítima conversavam há dois anos

A Polícia Civil informou que Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, estava há dois anos conversando com a menina de 12 anos que ele levou do Rio de Janeiro até São Luís, no Maranhão. Eduardo acabou preso em flagrante e deve responder por estupro de vulnerável, cárcere privado e sequestro.

De acordo com o delegado Marconi Matos, da Superintendência de Homicídios, em São Luís, o suspeito e a garota se conheceram pela rede social TikTok.

“Nós vimos, pela conversa, que ele passou dois anos aliciando a jovem através de um aplicativo que nós, muitas das vezes, deixamos nossos filhos à vontade. Então nós temos que ter um certo cuidado e vermos realmente o que nossas crianças estão fazendo no celular, no computador. Temos que redobrar a nossa atenção com nossos filhos para não cair em uma situação dessa aí”, alertou o delegado.

Ainda segundo a polícia, a menina era tratada como se fosse “um brinquedo” para Eduardo, que a deixou sozinha e trancada dentro da casa onde ele morava. Por conta disso, ele também é investigado por sequestro e cárcere privado.

“A princípio, em tese, vislumbramos alguns crimes, como crime de sequestro. Ela só tem 12 anos de idade. Nós chegamos lá e ela estava sozinha dentro de casa, então tem o crime de cárcere privado; e também, em tese, o crime de estupro, já que ela só tem 12 anos de idade”, disse.

“Ela estava presa em uma situação que ela achava ‘comum’ porque tinha algumas discussões em casa, que na realidade pode ser resolvido no seio familiar em uma conversa, em uma atenção que os pais precisam ter com os filhos”, contou Marconi.

Viagem do Rio até São Luís

Na semana passada, Eduardo foi até o Rio de Janeiro e levou a menina da porta da escola em Sepetiba, na Zona Oeste da cidade, em um carro que contratou para fazer a viagem até o bairro da Divinéia, na periferia de São Luís.

Ao todo, foram 3,1 mil quilômetros de viagem, em pelo menos dois dias dentro do automóvel, numa corrida que custou R$ 4 mil. A polícia ainda investiga se a viagem foi pedida por aplicativo de transporte individual ou se o motorista foi contratado por fora.

Com informações do G1