A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por unanimidade, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi tomada em julgamento virtual encerrado nesta quarta-feira (14) e ainda cabe recurso.

Zambelli foi considerada culpada pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Além da pena de prisão, a deputada foi condenada à perda do mandato — que só será efetivada após o trânsito em julgado — e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos. O valor deverá ser dividido com o hacker Walter Delgatti Neto, que executou a invasão e também foi condenado, recebendo uma pena de 8 anos e 3 meses de reclusão.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a mentora da fraude, que incluiu a emissão falsa de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Durante as investigações, Delgatti confessou ter invadido o sistema do CNJ a pedido da parlamentar.

A defesa de Zambelli classificou a condenação como “absolutamente injusta” e criticou o julgamento em plenário virtual, além de alegar falta de provas conclusivas contra a deputada.

Carla Zambelli ainda responde a outro processo no STF, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Em agosto de 2023, ela se tornou ré por perseguir, armada, o jornalista Luan Araújo em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Neste caso, o julgamento foi suspenso após um pedido de vista do ministro Nunes Marques, com placar provisório de 6 votos a 0 pela condenação.