A entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional foi bem avaliada pelo núcleo duro da campanha. Para integrantes da equipe, o presidente conseguiu responder às questões e não se mostrou intimidado.
— Sobrevivemos — resumiu um integrante da equipe.
Havia uma preocupação sobre a necessidade de Bolsonaro se colocar, mas não se mostrar agressivo, já que pesquisas internas mostram que ele perde votos com essa postura.
A avaliação dos menos otimistas, no entanto, é de que o presidente poderia ter ido melhor em temas como urnas e pandemia. A leitura é que Bolsonaro se alongou demais na explicação sobre seus questionamentos ao sistema eleitoral e também sobre a Covid-19, chegando a defender o tratamento precoce. Para essa ala, ele deveria ter sido direto e se limitado à defesa da distribuição da vacina.
Integrantes da campanha também celebraram o tom que o presidente tratou o Judiciário, em especial o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes. Bolsonaro demorou a admitir que xingou o magistrado e falou abertamente do armistício que o governo tenta construir entre ambos. O presidente afirmou que xingou Moraes porque “a temperatura subiu”, mas disse que o assunto está, “pelo que tudo indica, pacificado”.
O presidente, no entanto, não se comprometeu em aceitar o resultado das eleições quando foi questionado sobre o assunto. Disse que acatará, desde que sejam “limpas”, quando já está provado que as urnas são seguras.
Sobre a falta de críticas a Lula, houve uma divisão entre os integrantes da campanha sobre a postura de Bolsonaro. Parte deles afirma que o presidente não teve tempo para fazê-las e outra que Bolsonaro não quis dar espaço para o adversário.
Com informações da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo
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