Em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, que foi celebrado no dia 2 de abril, o Centro Especializado de Reabilitação e Promoção da Saúde do Olho d’Água levou, a uma sessão de cinema especial, crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que fazem acompanhamento na Casa TEA. A unidade é um dos equipamentos da rede estadual de saúde que oferecem assistência às crianças com autismo.
Os pais e responsáveis das crianças que realizam acompanhamento na Casa TEA aprovaram a iniciativa. “Essa iniciativa foi excelente, é lindo de ver. Nós sentimos que nossos filhos estão sendo valorizados e incluídos na sociedade. E isso é muito importante tanto para eles quanto para nós que somos pais e mães”, parabeniza a dona de casa Vandelane Silva Nunes, de 42 anos, mãe do Davi Lucas, de seis anos, que faz tratamento há mais de três anos na Casa TEA.
A ação faz parte de um novo projeto da unidade, o Projeto Cinema. O filme escolhido foi “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta”, que conta a história de um coala que decide criar uma competição de canto para aumentar os rendimentos de seu antigo teatro.
“Esse projeto surgiu depois de notarmos que muitas dessas crianças nunca tinham tido essa experiência, pois muitos pais se privam de levar seus filhos ao cinema pelo que os outros vão pensar. Sabemos que o mês de abril é o mês da conscientização do autismo, mundialmente falando e o subtema dentro desse tema é ‘O lugar do autista é em todo lugar’ e porquê não no cinema?”, destacou a psiquiatra da infância e adolescência da Casa TEA, Diessika Halvantzis.
O secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, destaca a importância desse serviço. “Atualmente, mais de mil pacientes são atendidos na rede estadual, que também orienta e acompanha as famílias. Já avançamos muito e, nesta nova fase, precisamos avançar mais e seguir ampliando os atendimentos, para garantir que mais pessoas com Transtorno do Espectro Autista tenham acesso ao diagnóstico e acompanhamento necessário para o seu desenvolvimento”, afirma o secretário Tiago Fernandes.
A Casa TEA conta com sala multidisciplinar, sala de grupo terapêutico, consultórios multidisciplinares, sala de atividades em grupo, sala de avaliação e acompanhamento familiar. Possui ainda o setor de oficinas terapêuticas que oferece jardinagem, arteterapia, musicoterapia e atividade física. Além de contar com o setor ABA, composto por sete cabines de atendimento individual e sala de grupo terapêutico ABA.
“É uma referência para atendimento das crianças com TEA e tem como diferencial atender essas crianças de forma precoce, maximizando as suas condições futuras para a melhoria da qualidade de vida”, ressaltou a diretora administrativa do CER do Olho d’Água, Ana Eugênia.
Assim como o CER Olho d’Água, através da Casa TEA, a rede estadual oferta diagnóstico da pessoa com TEA também no Centro Ninar do Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, no Shopping da Criança de São Luís e no Núcleo de Atenção à Saúde Mental da Criança e do Adolescente (Namsca), do Hospital Nina Rodrigues. Além destas unidades, oferecem acompanhamento aos pacientes com TEA as seguintes unidades: os Centro Especializado de Reabilitação (CER) da Cidade Operária, Namsca do Hospital Nina Rodrigues e a Casa de Apoio Ninar.
Também nas Unidades de Especialidades Odontológicas do Maranhão (Sorrir), da Avenida Beira-Mar e da Ponta do São Francisco, pacientes com Autismo recebem tratamento especializado, com profissionais para atender o público e compreender as suas necessidades.
Acompanhamento
Os pais que possuem crianças atendidas pela Casa TEA não escondem a felicidade de ter uma rede de referência atuando no acompanhamento de seus filhos. Um deles é o autônomo Francinaldo Lindoso, de 47 anos. Francinaldo possui três filhos com transtorno do espectro autista que realizam acompanhamento na unidade, o João Miguel, de sete anos, e os gêmeos João Guilherme e João Victor, de quatro anos.
“Já faz dois anos que eles iniciaram o acompanhamento e eu só tenho a agradecer a Deus por ter essa oportunidade. Esses profissionais estão me ajudando imensamente e meus filhos já evoluíram muito, principalmente no que diz respeito à interação social”, comenta Francinaldo Lindoso.
A dona de casa Iranilde Gonçalves, de 47 anos, é mãe do Joabe Gonçalves de nove anos e fala sobre a importância do acompanhamento que o seu filho recebe na Casa TEA. “Ele já faz tratamento há dois anos e quando iniciou ele não conseguia se expressar, escrever o próprio nome ou socializar. Hoje ele se comunica muito bem, já consegue escrever e verbalizar o que está sentindo. Essa casa é um pedacinho do céu, pois muitas pessoas precisam do acompanhamento, mas não conseguem pagar e ter esse serviço de graça é muito bom”, pontuou Iranilde Gonçalves.
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