A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), por meio da equipe da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas, com o apoio do Batalhão de Bombeiros Ambientais do Estado do Maranhão (BBA) e do Laboratório de Geoprocessamento (LabGeo), além de uma equipe multidisciplinar composta por servidores da SEMA e colaboradores externos, realizou, no mês de maio, mais uma expedição à Reserva de Recursos Naturais das Nascentes do Rio das Balsas.
Tal ação teve o objetivo de diagnosticar a real situação das nascentes do Rio Balsas e da biodiversidade local, como a avifauna, o inventário florestal nas nascentes, além das características físicas e identificação das unidades litoestratigráficas da região. Tais estudos estão em desenvolvimento pela SEMA para viabilizar um diagnóstico mais detalhado da área e, posteriormente, a atualização dos limites da Unidade de Conservação.
Até o presente momento, foi identificado que, no geral, a vegetação das áreas das nascentes encontra-se em bom estado de conservação, ocorrendo pontuais intervenções, tais como: atividades já consolidadas de plantios de grãos, queimadas e aterramento de veredas/áreas baixas, que também foram catalogadas para fins de investigação por imagens orbitais. Em relação ao estado de conservação de córregos e nascentes, verificou-se que, no que se referem às APP’s, as mesmas encontram-se, preservadas com intervenções pontuais.
Segundo a equipe, a vegetação da área pertence ao Domínio Cerrado, e a vegetação mais próxima à nascente é classificada como Mata de Galeria. Na oportunidade, foi possível identificar espécimes de grande porte, que demonstram sinais de conservação da área. O inventário florestal prévio contempla 21 espécies vegetais amostradas, dentre elas: a amescla, aroeira, bate caixa, buriti, buritirana, cachamorra, canjarana, farinha d’água, farinha seca, grudento.
Na ocasião, foram identificadas algumas fitofisionomias de Cerrado observadas na Reserva de Recursos Naturais da Nascente do Rio das Balsas: Campo sujo, Cerrado sensu stricto, Matas de Galeria e um remanescente de Cerradão. Esta última área apresenta grande relevância ecológica e estudos ambientais mais específicos deverão ser realizados com o intuito de estudar sua Fitossociologia e Diversidade Florestal.
Sobre a biodiversidade da fauna, foi possível detectadar 137 espécies de aves, assim, a área se destaca pelo seu potencial de manutenção da avifauna de transição e é considerada de grande importância para manutenção de espécies ameaçadas.
O conhecimento da avifauna dessa região, ainda é uma grande lacuna, sendo necessários mais estudos sistemáticos para o preenchimento da mesma. No entanto, foram detectados grandes bandos de Araras-azuis, espécie ameaçada de extinção, e áreas de nidificação dessa espécie próximas às Áreas de Preservação Permanente (APP). Portanto, outras expedições serão realizadas, com a finalidade de gerar informações mais detalhadas e relevantes que possibilitem o correto manejo da área e, consequentemente, a conservação das espécies e da área.
Segundo a Superintendente de Biodiversidade e Áreas Protegidas, Janaína Dantas, “os estudos em desenvolvimento são imprescindíveis para a conservação da região e poderão subsidiar a adequada gestão da Unidade de Conservação”.
Ascom
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