A decisão da bancada do PDT na Câmara dos Deputados de se afastar da base governista e adotar uma postura de independência — que, na prática, pode se traduzir em oposição — marca um novo e delicado capítulo na relação do partido com o governo do presidente Lula. O movimento, anunciado por unanimidade pelos 17 deputados pedetistas, representa um embaraço político direto para o senador maranhense Weverton Rocha, cuja estratégia de reeleição em 2026 depende do apoio do Palácio do Planalto.

Embora no Senado o PDT insista em manter uma posição de alinhamento com o governo petista, o partido conta com apenas três senadores: Weverton Rocha (MA), Leila Barros (DF) e Ana Paula Lobato (MA). Com presença minoritária na Casa Alta, a sigla tem influência limitada na condução da agenda governista no Congresso, o que aumenta sua vulnerabilidade política.

O rompimento ocorre em meio à crise provocada pelo escândalo das fraudes no INSS, que causou desgaste à imagem do governo federal. O caso, inicialmente restrito ao setor social, ganhou proporções maiores e passou a repercutir no cenário político, aprofundando a instabilidade na base de apoio de Lula no Congresso.