A experiência do Maranhão com a gestão, revitalização e entrega de bibliotecas públicas será tema da apresentação brasileira na edição 2021 do Congresso Mundial de Biblioteca e Informação da IFLA (The International Federation of Library Associations and Institutions ou Federação Internacional de Associações e Instituições de Bibliotecas, na tradução da sigla para o português). O evento será realizado no próximo mês e poderá ser acompanhado pela internet.

Principal evento internacional do segmento bibliotecário, neste ano o Congresso Mundial de Biblioteca e Informação será pontuado pelo lançamento da versão atualizada do Manifesto das Bibliotecas Públicas da IFLA/UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), documento que completou 26 anos no ano passado, como referência para o desenvolvimento das bibliotecas públicas em todo o mundo. 

Durante o Congresso Mundial da IFLA, o Brasil falará sobre o cumprimento do Maranhão ao Manifesto, por meio das ações do Governo do Estado em prol das bibliotecas públicas.

De acordo com Aline Nascimento, diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite (BPBL), instituição que coordena o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Maranhão (SEBP-MA), o Governo do Maranhão, por meio das Secretarias de Estado da Educação (Seduc) e Cultura (Secma), já revitalizou mais de 60 bibliotecas que integram a Rede Estadual dos Faróis do Saber.

Segundo a gestora, além da obra de reforma, os equipamentos são entregues com acessibilidade, acervo novo e plural e capacitação técnica das equipes de bibliotecários, em cumprimento ao que preconiza o Manifesto das Bibliotecas Públicas da IFLA/UNESCO de 1994.

“Vamos apresentar as bibliotecas públicas que o Maranhão está abrindo. Foram 63 bibliotecas públicas abertas. Esse trabalho em prol das bibliotecas públicas, como o estado que mais abre bibliotecas públicas no Brasil, é a experiência que a gente vai apresentar lá. Estamos cumprindo o que diz o manifesto da UNESCO, que é o maior documento para as bibliotecas públicas e todas as bibliotecas e governos devem seguir”, frisou Aline Nascimento.

Estado que mais inaugura bibliotecas no país

Aline Nascimento conta cerca de 80% dos Faróis do Saber estavam desativados e muitos deles em situação de profunda degradação estrutural. Com os trabalhos de revitalização, os prédios passam por reforma estrutural, elétrica, hidráulica, ganham renovação do acervo e adequação predial para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência. 

Após a revitalização, os Faróis do Saber são entregues para as prefeituras municipais, que devem reforçar a importância das bibliotecas como instrumentos de acesso à informação, conhecimento, criticidade e vetores para melhoria da qualidade de vida da população. Ainda de acordo com Aline Nascimento, atualmente o Maranhão é o estado que mais abre bibliotecas públicas no país.

“São muitas bibliotecas em processo de revitalização. Entregamos essas bibliotecas totalmente dignas, reformadas, climatizadas, acessíveis e com acervo novo para as comunidades se deliciarem. Nos próximos meses vamos ultrapassar a marca de 70 bibliotecas abertas e ainda temos duas bibliotecas que estão sendo construídas”, sublinhou Aline Nascimento.

Sobre o Manifesto UNESCO e o Congresso IFLA

O Congresso Mundial de Biblioteca e Informação da IFLA acontecerá de 17 a 19 de agosto em formato online (pela primeira vez!) e aberto para todos os continentes, fusos horários e setores da informação. 

A experiência do Maranhão será apresentada pela vice-presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (Febab) e integrante do Comitê de Bibliotecas Públicas da IFLA, Adriana Ferrari, no dia 17 de agosto.

A Federação Internacional de Associações de Bibliotecas e Instituições (IFLA) é o principal organismo internacional que representa os interesses da biblioteca e serviços de informação e seus usuários. É a voz global da profissão de bibliotecários e de informação. 

Já o Manifesto das Bibliotecas Públicas foi lançado em 1994 e proclama a confiança que a UNESCO deposita na biblioteca pública, enquanto força viva para a educação, a cultura e a informação, e como agente essencial para a promoção da paz e do bem-estar espiritual nas mentes dos homens e das mulheres.