Em entrevista à TV Assembleia, o deputado federal e presidente estadual do Partido Comunista do Brasil no Maranhão (PCdoB-MA), Márcio Jerry, defendeu um novo projeto para a reforma da Previdência. Segundo o pecedebista, a proposta de Paulo Guedes é perigosa principalmente para idosos em situação de vulnerabilidade, trabalhadores rurais e professores.
“Primeiro, o regime da Previdência rural. Não dá para tratar o trabalhador rural, com as suas precárias condições de trabalho e de sobrevivência, ainda hoje, em todo o Brasil, como se fosse um trabalhador urbano. Segundo, precisa se respeitar a situação peculiar dos professores. Essa é uma categoria muito peculiar da sociedade e não dá para lhe subtrair direitos. Terceiro, é preciso olhar com muito carinho para os idosos que vivem em situação de vulnerabilidade social. É um genocídio querer acabar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC)”, disse.
“A proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro só é boa para os banqueiros. Ela promete tirar um trilhão de reais em dez anos dos mais pobres para colocar para os mais ricos. Há muito debate a ser feito e acredito que a sociedade não vai ficar parada assistindo a uma destruição da Previdência Social.”
O parlamentar voltou a defender que a reforma é importante e a Previdência precisa ser replanejada em vez de destruída.
“O que o ministro da Economia, Paulo Guedes quer, é instituir um novo regime de Previdência, que é o regime de capitalização, de cada um por si e a Previdência por ninguém. Paulo Guedes atua, claramente, em favor dos setores para os quais ele trabalha, os setores da elite brasileira, especialmente o sistema financeiro”, disparou o parlamentar.
Regime de capitalização
O regime de capitalização está incluso na proposta do ministro da Economia para a nova Previdência. Este molde exige que o cidadão invista em sua própria aposentadoria, dando recursos ao banco todo mês.
Jerry denuncia que esta quantidade destinada aos bancos não tem garantia de retorno ao cidadão, quando ele precisar. “O regime de capitalização, implantado em mais de 20 países, foi abolido em quase todos. Na América Latina, ele sobre existe no Chile, país em que há o maior número de idosos miseráveis e o maior número de suicídio de idosos em idade de aposentadoria. Ou seja, existe um desalento absoluto com esse tipo de regime. Temos que pensar no agora e no amanhã”, salientou.
Para o político, o déficit da Previdência pode ser contornado melhorando a economia com a geração de emprego, uma vez que, com mais carteiras assinadas, há mais contribuição para a Previdência, o que diminuirá ou zerará o déficit.
“Não é a Previdência que vai resolver a economia. Só a economia, funcionando bem, é que pode resolver a Previdência”, pontuou.
Com informações de O IMPARCIAL
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