A campanha do petista Luiz Inácio L da Silva subiu o tom e veiculou neste sábado uma propaganda no horário eleitoral em que acusa o presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar da prática de “rachadinha” (desvios de salários de assessores). Além disso, citou cheques depositados pelo ex-assessor do mandatário Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro e mirou na família dela, ao lembrar que a mãe e a avó da mulher do presidente já tiveram problemas com a Justiça.

A propaganda pinçou trechos de declarações públicas já feitas por Bolsonaro e reportagens veiculadas pela imprensa para reforçar as acusações.

— Violência e corrupção andam de mãos dadas com a família Bolsonaro. E de tudo isso surgiu o esquemão milionário da rachadinha. Bolsonaro e os filhos desviavam os salários dos funcionários para abastecer os cofres da família — diz a narradora da propaganda, que acrescentou que Queiroz seria o “operador do esquema” e entregava cheques a Michelle.

O caso foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentações financeiras suspeitas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa no Rio. O relatório do Coaf rastreou cheques depositados por Queiroz a Michelle. O presidente já se defendeu sobre o assunto e disse se tratar da devolução de empréstimo feito ao ex-assessor.

A investigação, entretanto, foi anulada por decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o caso voltou ao MP do Rio para que a apuração reinicie do seu estágio inicial.

A propaganda ainda cita, com base em uma declaração pública de Bolsonaro, acusações à avó e à mãe de Michelle por tráfico de drogas e falsidade ideológica, respectivamente. Em uma entrevista a jornalistas reproduzida pelo programa, Bolsonaro afirma:

— A vó da Michelle, há 20 e poucos anos aí, foi condenada e cumpriu três anos de cadeia por tráfico de drogas. A mãe dela a mesma coisa, um processo por falsidade ideológica.

A peça se encerra com uma pergunta: “Isso é uma família ou uma quadrilha?”.

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Com informações do Jornal O Globo