“Não tem sensação melhor do que você fazer o seu trabalho, ser reconhecido e ter um resultado positivo que é a cura do seu paciente”, conta Ariana Torres, coordenadora de enfermagem e intensivista do Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco, em Timon. A unidade de saúde faz parte da rede de atendimento criada pelo Governo para assistência a casos da Covid-19 e reúne profissionais que diariamente se empenham para salvar pacientes graves da doença.
A rotina dos profissionais da saúde que cuidam de pacientes com a Covid-19 nas UTIs é uma verdadeira corrida para salvar vidas. “Lembro exatamente quando o nosso primeiro paciente recebeu alta e saiu curado, foi emocionante. Não tem como a gente não se emocionar, pois vemos diariamente tanto sofrimento, tanto medo e no fim do túnel ter uma imagem boa para lembrarmos o porquê de estarmos fazendo isso é muito bom”, completa Ariana.
Em todas as regiões do Maranhão a rede estadual de Saúde dispõe de leitos para tratamento de casos graves da Covid-19. Desde o início da pandemia, 435 leitos de Unidade de Terapia Intensiva foram montados por todo o estado para atender pacientes com complicações decorrentes do novo coronavírus, além dos 1.245 leitos clínicos específicos para a doença já incorporados à rede pública de saúde.
Na cidade de Timon, a rede de atendimento foi reestruturada para receber pacientes com o novo coronavírus. O Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco é referência na região para tratamento de casos da doença.
De acordo com o diretor técnico da unidade de saúde, Candilberto Filho, o Hospital Regional de Timon, nos últimos dois anos vem passando por um processo de transformação, deixando de ser um hospital que resolvia pequenas complexidades para solucionar problemas de média e a alta complexidade. “E o que veio coroar isso tudo foi a implantação dos leitos de UTIs, que estão disponíveis agora para o enfrentamento à Covid-19. São leitos importantes para o tratamento e cuidado de pacientes críticos”, comenta o diretor.
A equipe que trabalha nas UTIs é formada por médicos intensivistas e nefrologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, profissionais que são responsáveis por cuidar diretamente da medicação, alimentação, do banho e dos equipamentos que mantêm os sinais vitais dos pacientes com a doença nos leitos de UTI.
“São pacientes críticos, graves, instáveis e que requerem uma sobrecarga enorme de cuidados. Esses profissionais são verdadeiros heróis, sem nenhum clichê. Eles se dedicam a esse trabalho, saem das suas casas, alguns vão morar em hotéis, abdicando do convívio com seus familiares para justamente enfrentar essa doença tão devastadora”, complementa Candilberto Filho.
O médico Jonas Galeno é intensivista na unidade de saúde e conta que teve que se afastar de todos os seus familiares por medo de transmitir a doença para eles. “O medo que muitos de nós temos é por nossos familiares. Alguns de nós estão isolados, eu inclusive mandei toda a minha família para outro município para que eu pudesse ficar só em casa”, conta.
Eleita por unanimidade entre os profissionais de saúde, sem dúvidas, a alta médica é o momento mais emocionante para toda a equipe clínica. “Não tem como não se envolver com o momento e com os pacientes, não tem como se manter alheio. Cada um ali tem uma história, tem uma família aguardando o retorno. Saber que você fez a diferença na vida de uma pessoa, de uma família traz um conforto e uma paz, mesmo que momentânea, pois o trabalho continua e temos ainda muitos outros pacientes na luta pela vida”, destaca o médico Jonas Galeno.
Ascom
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