Foi aberta na última sexta-feira (1º) a EXPO Dubai 2020, considerada uma das maiores e mais importantes feiras mundiais. O evento internacional reúne empresas, governos e organizações não governamentais para discutir temas como negócios, urbanismo, sustentabilidade, ciências, cultura e economia. Como parte da programação foi realizado o fórum ‘Brasil-Emirados Árabes Unidos: Fórum de Sustentabilidade Econômica na Região Amazônica, iniciativa que contou com a parceria da Embaixada do Brasil nos Emirados Árabes Unidos e que trouxe para o debate temas como inovação e tecnologias digitais, segurança alimentar e sustentabilidade econômica. 

O presidente do Porto do Itaqui Ted Lago foi um dos expositores do painel “Sustentabilidade Econômica e Empresarial – experiências de liderança dos Emirados Árabes Unidos e do Brasil”, oportunidade em que apresentou o modelo de governança e sustentabilidade do Porto do Itaqui, o potencial do Corredor Centro Norte brasileiro e a cadeia de exportação da soja sustentável, da qual o Maranhão é destaque, concentrando mais de um terço de toda a soja sustentável produzida no mundo. 

Ao lado do CEO da Dubai Investment Development Corporation e presidente da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos; do CEO da Sharjah Investment and Development Authority; do diretor-executivo de Operações da DP World; do diretor de Sustentabilidade do Marfrig e com moderação do secretário-geral do Conselho dos Emirados para Investidores Estrangeiros, Jamal Seif Al Jarwan; Lago destacou o papel da sustentabilidade no Porto do Itaqui, que tem dentre seus valores o compromisso com o equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia.

Certificado desde 2018 com a ISO 14.001, o Itaqui integra o seleto grupo de portos brasileiros que possuem essa norma criada para auxiliar empresas a identificar, priorizar e gerenciar seus riscos ambientais. Para obter a certificação, é preciso comprovar, por meio de documentação, controles e registros, a existência de um consistente Sistema de Gestão Ambiental. 

Além disso, a eficiência multimodal do Porto do Itaqui, interligado a importante ferrovias, torna-se fator decisivo não apenas para a competitividade do Corredor Centro Norte mas também para sua sustentabilidade, uma vez que 60% de todas as cargas operadas no Itaqui são transportadas por trens, um modal mais eficiente e com menor impacto ambiental.

Os grãos exportados pelo Itaqui e toda sua cadeia de custódia – o que inclui mais de 44 locais acreditados como fazendas, armazéns, fábricas de processamento e o próprio Porto – estão certificados pela RTRS. Com isso, o Itaqui atrai um fluxo importante de exportação de soja sustentável pelo norte do país, estando preparado para atender à crescente demanda.

Fundada em 2006 em Zurique, na Suíça, a RTRS – Associação Internacional de Soja Responsável – é uma associação internacional sem fins lucrativos que promove o crescimento da produção, do comércio e do uso de soja responsável, reunindo mais de 180 membros em todo o mundo. No Brasil empresas como Cargill, Santander, Amaggi, CLI e organizações ambientais como WWF, The Nature Conservacy e Earth Inovation Institute são integrantes. A RTRS opera por meio da cooperação entre os atores ligados à cadeia de valor da soja, da produção até o consumo, através de uma plataforma global de diálogo multilateral sobre a soja responsável, implementando e certificando padrão global de operação.

Em 2020, a área do MATOPI foi responsável por mais de 270 mil hectares e mais de 1 milhão de toneladas de soja certificada RTRS. É um total de 47 produtores certificados RTRS com mais de 225 mil hectares de terras nativas conservadas na região. Para 2021, esperam-se números ainda maiores.

Os grãos certificados de acordo com o Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável garantem não apenas atender aos mais altos critérios ambientais (incluindo a garantia de desmatamento e conversão zero, com a utilização apenas de áreas já abertas), mas também a um amplo conjunto de requisitos sociais e trabalhistas. Com a certificação Cadeia de Custódia, o selo de sustentabilidade da soja RTRS se desloca e agrega valor ao longo da cadeia de suprimento, estendendo uma série de requisitos para os diversos sistemas de rastreabilidade que uma organização deve cumprir para ter o controle dos inventários da soja certificada sob o Padrão de Produção Responsável.

Como desdobramento do evento foi reafirmado o interesse dos Emirados Árabes Unidos de estreitar parcerias entre o Porto de Abu Dhabi e o Itaqui, conectando esses dois importantes hubs de comércio exterior, além da adesão do porto público maranhense ao World Logistics Passport (WLP), uma iniciativa global, liderada pelo setor privado e criada para agilizar o fluxo de comércio internacional e desbloquear acesso a mercados. 

Saiba mais sobre a Expo Dubai 2020

Considerado o maior evento mundial pós pandemia, a Expo foi aberta oficialmente pelo príncipe-herdeiro de Dubai, xeque Mohamed bin Rashid Al Maktum no primeiro dia de outubro. Com investimento de US$ 7 bilhões Dubai estima um retorno de US$ 20 bilhões e a criação de 270 mil empregos ligados ao comércio e serviços. A exposição acontece pela primeira vez no Oriente Médio sob cuidados sanitários como uso obrigatório de máscaras e apresentação de comprovante de vacinação. A exposição tem obras arquitetônicas e inovações tecnológicas dos mais de 190 países representados em seus pavilhões. O Pavilhão Brasil está na área Sustentabilidade e é coordenado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A primeira EXPO ocorreu em 1851 em Londres, no Crystal Palace, uma estrutura criada para a ocasião. Em Paris, a EXPO de 1889 apresentou ao mundo a icônica Torre Eiffel. O evento segue aberto ao público até 31 de março de 2022.