Jair Bolsonaro (PL) deve ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, o fato de Lula (PT) não ter explorado no debate da Rede Bandeirantes a frase “pintou um clima”, dita pelo adversário referindo-se a meninas venezuelanas de 14 anos.
Lula soube minutos antes de começar o debate da decisão de Moraes, que proibia a imputação do crime de pedofilia com base apenas na frase. A assessoria do petista avaliou que era melhor jogar na segurança e desviar do tema para não desrespeitar a decisão judicial. A única menção que Lula fez ao assunto foi quando disse que Bolsonaro estava com a consciência pesada para fazer uma live de madrugada.
Lula poderia tranquilamente abordar a frase. A decisão de Moraes impede que se atribua a Bolsonaro o crime de pedofilia baseado apenas na frase “pintou um clima”. No entanto, a frase foi dita por Bolsonaro e não houve qualquer edição ou fraude para adulterá-la.
A frase foi: “Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na tua casa?’ Entrei”.
Na dúvida, a equipe de Lula optou pela cautela. “O fato é que as redes sociais andam sozinhas”, disse um assessor. Bolsonaro, por sua vez, mencionou a decisão para defender-se no debate e citou o nome de Alexandre de Moraes.
Aliás, foi a primeira vez que não se referiu a ele no aumentativo, Xandão. Uma ingratidão, pois foi salvo por ele.
Com informações do G1
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