A Polícia Federal deflagou, na manhã desta terça-feira (9), a ‘Operação Bússola’, que tem o objetivo de desarticular organização criminosa especializada na concessão fraudulenta de benefícios de aposentadoria por idade rural, mediante a falsificação e o uso de documentos públicos.

Mais de 200 policiais federais foram mobilizados nos Estados do Piauí, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Tocantins, sendo resultado de uma investigação iniciada em 2020.

Foram cumpridos 96 mandados judiciais, sendo 16 mandados de prisão preventiva, 23 mandados de prisão temporária e 57 mandados de busca e apreensão nos municípios de Teresina (PI), Luzilândia (PI), Demerval Lobão (PI), Santo Antônio dos Milagres (PI), Timon (MA), Caxias (MA), Presidente Dutra (MA), Parnarama (MA), Codó (MA), Anapurus (MA) e São João do Sóter (MA).

Advogada investigada em Codó

Em Codó, o alvo da Operação foi a advogada Edlany Luz, que possui um escritório na Rua Prefeito José Lago, no bairro Santo Antônio. No local, a equipe da Polícia Federal apreendeu centenas de documentos e o computador pessoal da advogada, que não foi localizada.

O Marco Silva Notícias apurou que a equipe da Polícia Federal chegou ao endereço por volta das 6h e ficou no local por mais de 3 horas. O delegado responsável pela operação informou que não existia mandado de prisão contra a advogada. Ele disse que ela seria conduzida para prestar esclarecimentos caso tivesse sido encontrada no local.

‘Operação Bússola’

A operação policial decorre de investigação desenvolvida no âmbito da Força Tarefa Previdenciária e Trabalhista no Estado do Piauí, integrada pela Polícia Federal (PF/MJ) e pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho e Previdência (CGINT/MTP).

Entre os investigados com prisão decretada estão oito servidores do INSS, 17 advogados e 14 intermediários dos Estados do Piauí e Maranhão. A Justiça Federal também determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS.

No decorrer das investigações já foram identificados 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural com indícios de fraude, os quais já causaram um prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 55,8 milhões de reais (valores já sacados). A Justiça Federal também determinou a imediata suspensão de 160 benefícios concedidos a pessoas fictícias (existentes apenas no papel) e a imediata revisão de 1.975 benefícios com indícios de fraude, medida que evitará um prejuízo futuro estimado em R$ 623 milhões de reais.

Durante todo o dia os presos serão interrogados por Delegados de Polícia Federal na Superintendência da Polícia Federal em Teresina e, posteriormente, serão encaminhados para um dos presídios da capital, onde ficarão custodiados à disposição da Justiça.

O nome da ‘Operação Bússola’ é uma alusão ao direcionamento indevido dos requerimentos de benefícios protocolados pelos advogados/intermediários aos servidores concessores do grupo criminoso.