RIO – Uma discussão envolvendo uma médica da UPA Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e policiais militares do 20º BPM (Mesquita) terminou com um PM dando voz de prisão à profissional de saúde. Parte da confusão, ocorrida na madrugada desta terça-feira, foi filmada por uma pessoa que estava na unidade, e o vídeo está sendo divulgado em redes sociais. Na gravação, é possível ouvir o policial dizendo que foi chamado de “animal” e uma outra funcionária da UPA gritando, pedindo calma e para não baterem em sua colega de trabalho. Segundo a assessoria da Polícia Militar, os PMs buscavam atendimento para três suspeitos baleados em uma operação realizada na comunidade Grão Pará, mas a médica teria recusado o recebimento, sugerindo que os homens fossem levados para o Hospital Geral de Nova Iguaçu.
No vídeo aparecem duas funcionárias da UPA, uma vestindo uniforme azul e outra com um traje amarelo. Uma delas grita: “Fala baixo. Você está gritando”. O PM retruca em voz alta: “Tô não”. Na sequência, alguém fala algo que não dá para entender, e o policial se exalta: “É o quê? É o quê? Vou levá-la para a delegacia”. Uma mulher, com voz assustada, pede calma: “Calma. Não bate nela não”. No vídeo é possível ouvir uma das profissionais chorando e o policial dando voz de prisão. Pelas imagens, a médica é quem está de azul.
https://www.youtube.com/watch?v=yr5c8AbMH7o
Em nota, a Polícia Militar negou que o PM tenha agredido a médica. Ele alega que foi desacatado e ferido no rosto pela mulher, que o chamou “diversas vezes de animal”. Segundo a corporação, o comandante do batalhão “abriu uma averiguação para saber as circunstâncias do fato”. O policial registrou queixa contra a funcionária da UPA na 53ª DP (Mesquita).
Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informou que pedirá esclarecimentos à organização social que administra a UPA Cabuçu, pois a orientação aos profissionais é que todos os pacientes, independentemente do estado de saúde, devem ser acolhidos nas unidades da rede estadual. Ainda de acordo com o comunicado, o órgão lamentou o ocorrido e acredita que “os momentos de grande estresse que fazem parte do cotidiano dos profissionais tanto da segurança quanto da saúde podem ter gerado a discussão que acabou registrada no vídeo”. A secretaria disse que tomará as medidas cabíveis em relação à profissional da UPA, após averiguação dos fatos.
A Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa (Alerj), presidida pela deputada Martha Rocha (PDT), vai solicitar informações à Polícia Militar e à Secretaria estadual de Saúde sobre o ocorrido na UPA Cabuçu. A comissão quer saber quais foram as providências adotadas pelas instituições. Um ofício também será enviado à Polícia Civil para apurar se foi feito registro de ocorrência. Uma audiência pública para discutir a postura dos profissionais também pode ocorrer, segundo a deputada.
Com informações do site Globo.com
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