Nem participação nos lucros, nem folga no dia do aniversário e ou mesmo vale-alimentação. O benefício mais valorizado pelos colaboradores de uma empresa é o plano de saúde. Essa foi a conclusão do relatório Global Talent Trends, realizado em maio de 2023 pelo LinkedIn, que apontou que, entre os benefícios mais valorizados está a cobertura de saúde, liderando com 92%, ficando à frente do vale-alimentação (89%).
Em outra pesquisa, realizada em abril de 2021 pelo Vox Populi a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), ter um plano de saúde estava entre os cinco principais desejos de consumo dos brasileiros, listado ao lado de sonhos como a casa própria e a continuidade aos estudos.
No cenário empresarial moderno, em que a competitividade é acirrada e as organizações buscam novas formas de atrair e reter talentos, esse benefício corporativo é destaque como um diferencial estratégico.
Cada vez mais, empresas estão oferecendo planos de saúde mais abrangentes e customizáveis, como forma de demonstrar o comprometimento com o bem-estar dos funcionários, impactando o ambiente corporativo.
Por que empresas devem se preocupar com a saúde dos colaboradores?
Um estudo conduzido pelo Gympass e batizado de “ROI do Bem-Estar” revelou que a performance das empresas e a saúde dos funcionários estavam diretamente conectados. A pesquisa é baseada em um levantamento com mais de 2.000 líderes de recursos humanos que estão investindo no bem-estar da força de trabalho em nove países, incluindo Brasil, EUA e Reino Unido.
Alguns motivos que têm levados as empresas a redobrarem os cuidados com a saúde de seus funcionários são apontados por especialistas em recursos humanos. O aumento da produtividade é uma deles. Colaboradores saudáveis têm se mostrado mais produtivos e engajados. O acesso facilitado a serviços de saúde promove a prevenção de doenças, reduzindo o absenteísmo e aumentando a eficiência no trabalho.
A preocupação com a saúde também costuma favorecer o clima organizacional favorável. A percepção de que a empresa se preocupa com a saúde cria um ambiente de trabalho mais positivo, fortalecendo os laços entre os colaboradores.
Para as empresas, a imagem corporativa tende a ficar mais positiva. Corporações que investem na saúde de seus colaboradores são percebidas como socialmente responsáveis. Isso fortalece a imagem da marca, tanto entre os colaboradores quanto no mercado e entre competidores.
A valorização do colaborador é outro aspecto vantajoso do investimento em saúde. A ação é considerada uma estratégia inteligente de gestão de pessoas. Ao oferecer um plano de saúde, as empresas demonstram compromisso com o bem-estar de seus funcionários.
Por fim, pode-se ressaltar a atração e retenção de talentos. Em um mercado onde profissionais qualificados são disputados, a oferta de um plano de saúde torna-se um fator decisivo na escolha por um emprego. Além disso, contribui para a fidelização de talentos, reduzindo a rotatividade e os custos associados a contratação e treinamento.
O que levar em conta ao contratar um plano empresarial
Ao escolher um plano de saúde empresarial para seus colaboradores, a equipe de recursos humanos toma decisões que impactam diretamente o bem-estar e a satisfação da equipe.
Alguns pontos devem ser considerados na hora da assinatura do contrato, começando pela rede credenciada. A empresa contratante de se certificar de que a rede seja ampla e contemple hospitais, clínicas e profissionais de saúde de qualidade e bem distribuídos geograficamente. Deve-se considerar ainda as preferências individuais em relação a instituições específicas.
Outro aspecto tem relação com as coberturas e exclusões. É considerado importante verificar se o plano oferece coberturas essenciais, como consultas médicas, exames laboratoriais, internações hospitalares, cirurgias e atendimento de urgência e emergência. Também é relevante entender as situações que não são cobertas pelo plano.
Além desses, recomenda-se atenção ao reajuste de um plano de saúde. Para planos individuais, há um teto divulgado anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No caso de planos empresariais, há operadoras que calculam o reajuste com base no IPCA, o que torna o aumento mais previsível. Da mesma forma, recomenda-se analisar os reajustes praticados nos anos anteriores pela operadora, identificando padrões e antecipando possíveis variações futuras.
Mais uma recomendação é verificar se o plano a ser escolhido permite a portabilidade de planos de saúde, o que possibilita aos colaboradores migrarem para outra operadora (ou mesmo outro plano) sem perderem carências já cumpridas. Cada operadora pode ter regras específicas para a portabilidade, então é importante compreender prazos, condições e processos.
Em caso de doenças ou lesões preexistentes, algumas modalidades de plano exigem a restrição denominada cobertura parcial por tempo limitado (CPT), uma limitação na cobertura de atendimentos e procedimentos relacionados a doenças ou lesões declaradas pelo próprio beneficiário no momento da contratação. Atualmente, a CPT só se aplica a planos individuais e familiares, coletivos por adesão e empresariais com até 29 vidas (algumas exceções ocorrem para planos com mais de 30 vidas).
A carência é outro fator que merece atenção. O contratante deve compreender os períodos de carência para diferentes procedimentos. Alguns planos podem ter carências distintas para consultas, exames e cirurgias, por exemplo.
Para fins de garantir a qualidade de atendimento ao cliente, vale a pena pesquisar e avaliar a reputação da operadora em termos de canais de comunicação. Um suporte eficiente e ágil é essencial para resolver eventuais questões ou dúvidas.
Ao contratar um plano de saúde empresarial, pode-se ainda analisar a oferta de programas de prevenção, como consultas da atenção primária, que tem como foco a promoção de saúde e incentivo a hábitos saudáveis. É importante também engajar a equipe nessas atividades.
Por fim, a avaliação do custo-benefício deve ser feita. A ideia é buscar por um equilíbrio adequado entre os custos do plano e as coberturas oferecidas. Vale a pena considerar não apenas a despesa mensal, mas também eventuais coparticipações e franquias.
Além dessa lista de pontos a serem observados, é crucial para gestores de recursos humanos estarem cientes de seus direitos, garantidos pelas regras da ANS.
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