Os atletas que praticam vôlei na quadra de areia do Parque Olímpico de Codó estão enfrentando um problema silencioso há vários meses. Segundo informações de praticantes de atividades esportivas, um parasita chamado bicho geográfico.

De acordo com a jovem Milla Beatriz, que praticou esporte no local, ela e outros vários atletas já foram contaminados com o parasita que causa a doença chamada larva migrans cutânea.

“Bom dia Marco Silva, gostaria de fazer uma denúncia sobre o centro olímpico de Codó, na verdade é mais um ALERTA. A areia da quadra de vôlei está contaminada com um verme que causa uma doença na pele conhecida como ‘bicho geográfico’. Várias pessoas já se contaminaram em intervalos de tempo distintos, e não vi nenhum aviso sobre. É de extrema importância repassar a informação, uma vez que, as pessoas estão correndo risco de se infectar com uma doença que apesar de ser simples, causa muitos incômodos. Só queria pedir pra você publicar pra tentar evitar com que mais pessoas passem por isso”, relatou.

Palavra do secretário

O Blog do Marco Silva entrou em contato com o secretário Municipal de Esportes, Expedito Carneiro, que confirmou que várias pessoas foram contaminadas no local e disse que já está tomando providências para acabar com o problema.

“Solicitamos ao departamento responsável a dedetização do local, mas acredito que não será suficiente e vamos ter que trocar toda a areia da quadra”, explicou Expedito.

Bicho geográfico

Bicho geográfico é o nome popular dado ao parasita nematoide Ancylostoma brasiliense ou ao Ancylostoma caninum que causam a doença chamada larva migrans cutânea. Ele é assim chamado porque as larvas penetram na derme e migram através do tecido subcutâneo ou visceral deixando seus rastros pelo corpo. Esse parasita é frequente em cães e gatos e em razão do contato bastante próximo com os animais domésticos, pode se instalar no homem e não conseguir completar seu ciclo por estar em um hospedeiro anormal.

A larva migrans pode ser cutânea ou também chamada de dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa. Ocorre frequentemente em regiões tropicais e subtropicais, e afetam principalmente as regiões do corpo que possuem contato com o solo, como os pés, pernas, coxas, mãos, antebraços e nádegas, causando um prurido excessivo; raramente boca, lábios e palato são atingidos.

O contato com solo contaminado por fezes de cães e gatos é a forma como se adquire o bicho geográfico. No solo, os ovos presentes nas fezes, sob boas condições de umidade, temperatura e oxigenação, transformam-se em larvas que vão penetrar na pele e causar a doença no homem. Nos cães e gatos, a infecção ocorre tanto por via oral, cutânea ou pela placenta.

Sintomas como erupções avermelhadas que geram muita coceira e podem causar dor, ocasionam a falta de sono e nervosismo. Além disso, pode causar alterações pulmonares como tosse e falta de ar e alergia em razão das substâncias tóxicas liberadas.

Dependendo do estágio da doença, pode-se fazer apenas o tratamento tópico por meio de pomadas e, caso necessário, utilizar também o tratamento oral. Os meios de combate à doença são: recolher fezes dos cães e gatos, proteger o corpo em praias, utilizando calçados e toalhas a fim de impedir o contato com o solo, que pode estar contaminado. É muito importante também não levar animais para a praia, para evitar contaminação, caso estes estejam com o parasita.

Por Giorgia Lay-Ang – Equipe Mundo Educação