O Papa Francisco, líder espiritual de mais de um bilhão de católicos e defensor incansável dos pobres e marginalizados, morreu aos 88 anos. O anúncio oficial foi feito na manhã desta segunda-feira (horário local) pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano.

Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco”, declarou o cardeal em nota oficial. “Às 7h35 desta manhã [2h35 no horário de Brasília], o Bispo de Roma retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja.”

Ainda segundo Farrell, o pontífice “nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”. A nota conclui: “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

Francisco enfrentava sérios problemas de saúde nos últimos meses. No início do ano, foi internado no Hospital Gemelli com um quadro de bronquite, agravado por uma infecção polimicrobiana. Após cerca de 40 dias de internação, recebeu alta em 23 de março.

Durante o período hospitalar, o papa teve um diagnóstico de pneumonia nos dois pulmões — uma condição grave que comprometeu sua capacidade respiratória. Segundo o Vaticano, a infecção foi descrita como “complexa”, causada por múltiplos microrganismos.

Além disso, o pontífice enfrentou uma crise respiratória prolongada, semelhante à asma, e apresentou baixa contagem de plaquetas, exigindo transfusões de sangue. Seu estado chegou a ser considerado crítico, com sinais de insuficiência renal leve.

Mesmo diante do quadro delicado, Francisco chegou a gravar uma mensagem de áudio agradecendo as orações dos fiéis. Na ocasião, o Vaticano havia informado que sua condição estava estável e sem novos episódios de crise respiratória.

Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa em março de 2013, tornando-se o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o comando da Igreja Católica. Em seu pontificado, promoveu reformas profundas na Cúria Romana e se destacou pela defesa do meio ambiente, do diálogo inter-religioso e da justiça social.