O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar as causas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, e avaliar os impactos ambientais resultantes do incidente. A tragédia, ocorrida no último domingo (22), deixou ao menos uma morte confirmada e 16 pessoas desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA).

Risco ambiental e contaminação

O MPF destacou que dois caminhões envolvidos no acidente transportavam ácido sulfúrico, enquanto um terceiro carregava defensivos agrícolas. Essas substâncias químicas levantam preocupações sobre vazamentos e a possível contaminação do Rio Tocantins, que é uma fonte vital de água para a região.

Em um documento oficial, os procuradores da República Alexandre Silva Soares e Thayná Freire de Oliveira manifestaram preocupação com os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. A contaminação levou à suspensão parcial do abastecimento de água em cidades como Imperatriz e Estreito, impactando milhares de moradores.

Medidas iniciais e investigações

O MPF solicitou informações à Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) sobre a qualidade da água e os impactos no abastecimento. Ofícios também foram enviados às prefeituras de Imperatriz e Estreito, pedindo esclarecimentos sobre as medidas tomadas para mitigar os danos ambientais e garantir o fornecimento de água.

Além de apurar as causas do desabamento, a investigação busca identificar responsáveis e assegurar a reparação dos danos ambientais e sociais causados pelo incidente.

Abastecimento de água afetado

A Caema informou que o abastecimento em Imperatriz está parcialmente interrompido devido à suspensão das atividades de captação e tratamento de água. No entanto, 49 poços subterrâneos continuam operando na cidade, garantindo o fornecimento parcial à população.

Monitoramento ambiental

Equipes da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) estão acompanhando a situação no Rio Tocantins para avaliar os possíveis impactos das substâncias químicas liberadas pelos caminhões que caíram no rio.

O desabamento

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e é uma importante ligação entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), pela BR-226. Ela faz parte do corredor rodoviário Belém-Brasília e passa sobre o Rio Tocantins.

Na tarde de domingo, quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas despencaram quando o vão central da ponte cedeu. Relatos de más condições estruturais já vinham sendo feitos por moradores da região. No sábado (21), um vídeo divulgado na internet mostrava a precariedade da estrutura.

Causas em investigação

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o desabamento ocorreu devido ao colapso do vão central da ponte. As causas ainda estão sendo apuradas, e a ponte foi completamente interditada.

Rotas alternativas

O DNIT orientou motoristas a utilizarem desvios enquanto a ponte permanece interditada:

  • Sentido Tocantins: Estrada de Darcinópolis a Luzinópolis, seguindo pela BR-230 até São Bento e depois para Axixá e Imperatriz.
  • Sentido Maranhão: BR-226 de Estreito a Porto Franco, seguindo pela BR-010 até Imperatriz.

As investigações seguem em curso, enquanto esforços continuam para localizar os desaparecidos e mitigar os danos ambientais causados pela tragédia.