As mortes das amigas Anna Clara Ramos Felipe e Ayla Pereira dos Santos, ambas de 18 anos, foram transmitidas por videochamada para o reeducando investigado por encomendar o crime. A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o preso da Penitenciária Central do Estado (PCE) nesta terça-feira (18).
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Igor Sasaki, mais de uma pessoa participou da videochamada. Elas assistiram, em tempo real, desde a tortura até a morte das vítimas. Ainda não é possível afirmar se essas outras pessoas também são mandantes do crime.
“Na videochamada, havia mais de uma pessoa, mas ainda estamos realizando diligências para responsabilizar os outros envolvidos que estavam nessa ligação”, explicou o delegado.
Durante as buscas na penitenciária, chips e celulares foram encontrados na cela do investigado, incluindo o celular que o delegado acredita ser o mesmo usado para transmitir as mortes.
Segundo o delegado, as vítimas estavam envolvidas com facções criminosas, e as mortes ocorreram a mando de uma organização criminosa. A motivação do crime ainda está sendo investigada.
Até o momento, três pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no crime. As investigações apontaram um quinto suspeito, contra o qual a Justiça já decretou prisão, mas ele segue foragido.
Relembre o caso
Os corpos de Ayla, uma jovem transexual, e de Anna Clara foram encontrados amordaçados e com queimaduras em uma área de mata. Elas estavam desaparecidas desde o dia 28 de janeiro, e os corpos foram localizados no dia seguinte.
A Polícia Civil, que investigava suspeitos envolvidos com o tráfico de drogas na região, recebeu informações de uma suspeita de 19 anos, que indicou o local onde acontecia um “tribunal do crime” de uma organização criminosa.
De acordo com a suspeita, ela viu duas pessoas amarradas em uma casa, e, após serem mortas, as vítimas foram levadas para a parte de trás do imóvel, onde estavam em uma área de pasto.
O corpo de Anna Clara foi encontrado escondido em uma moita, com marcas de queimadura nas costas, indicativas de tortura. Já o corpo de Ayla foi localizado em uma cova rasa, também amordaçado e com marcas de queimadura.
Na casa, a polícia encontrou uma barra de ferro, semelhante às marcas de tortura nas vítimas, além de uma grande quantidade de maconha, uma pá, picareta e uma escavadeira.
Além da jovem de 19 anos, outra mulher e um homem de 34 anos também foram presos, autuados em flagrante por ocultação de cadáver.
Deixe um comentário