O Brasil é líder mundial em vacinação, com mais de 300 milhões de doses aplicadas anualmente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde oferece gratuitamente à população mais de 30 vacinas, que são fundamentais para a prevenção de doenças.
Desde o início da atual gestão, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem avançado na ampliação da cobertura vacinal, buscando garantir uma melhor qualidade de vida à população. Em um esforço para assegurar uma gestão transparente dos recursos públicos, o Ministério da Saúde retirou, no início de 2023, o sigilo dos estoques e descartes de vacinas, permitindo que a sociedade tenha acesso livre a essas informações.
Em fevereiro de 2023, o Ministério lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, com ações em todo o país, adotando pela primeira vez o microplanejamento, que capacitou estados e municípios a adaptarem suas estratégias às realidades locais, ampliando o alcance da vacinação. Essas iniciativas foram essenciais para recuperar a alta cobertura vacinal no Brasil, que havia registrado índices baixos desde 2016.
Além disso, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM), em parceria com outras pastas, lançou a campanha Saúde Com Ciência, com o objetivo de combater a desinformação sobre vacinas, especialmente no que diz respeito à vacina contra a Covid-19. A desinformação tem sido um obstáculo significativo para a adesão à vacinação, contribuindo para o desperdício de doses.
Resultados positivos e avanços
Um dos resultados mais emblemáticos do compromisso do PNI foi a recertificação, em novembro de 2023, do Brasil como país livre do sarampo. Entre 2023 e 2024, a cobertura vacinal da população foi ampliada significativamente. Dos 16 imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação (vacinas de rotina), 13 apresentaram aumento na cobertura.
Segundo relatório da Unicef/OMS, o Brasil também deixou de figurar no ranking dos 20 países com menor cobertura vacinal infantil, superando a posição de sétimo lugar ocupada na gestão anterior, quando a cobertura vacinal para crianças era alarmantemente baixa.
Desafios e perdas de doses
A atual gestão herdou desafios importantes, como a falta de vacinas de rotina essenciais, incluindo a BCG, hepatite B, vacina oral da poliomielite e tríplice viral, além de milhões de doses com curto prazo de validade. Grande parte dessas vacinas foi adquirida no governo anterior.
Em janeiro de 2023, 21,5 milhões de doses estavam em risco de perder validade, incluindo 3,2 milhões de doses da vacina meningocócica C, 1,7 milhão da vacina contra varicela, 5,6 milhões de doses de vacina contra febre amarela e 11 milhões de doses da vacina DTP. Graças a ações rápidas, como doações internacionais e parcerias com estados e municípios, foi possível utilizar mais de 12,3 milhões dessas doses, evitando um desperdício de quase R$ 252 milhões.
Vacinas contra a Covid-19
A gestão também enfrentou um grande estoque de mais de 32 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, como as da Astrazeneca e Janssen, cujas recomendações de uso foram restritas e, portanto, descartadas, com um custo aproximado de R$ 1,3 bilhão. Além disso, 7,9 milhões de doses da Coronavac, direcionadas para crianças, foram descartadas devido à baixa adesão da população e à mudança de tecnologia.
Para evitar novos desperdícios e melhorar a eficiência das compras de vacinas em 2024, o Ministério adotou medidas inovadoras, como a entrega parcelada por parte dos laboratórios e a possibilidade de troca das vacinas por versões mais atuais aprovadas pela Anvisa. Além disso, um pregão foi concluído para a compra de mais 69 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, garantindo o abastecimento por até dois anos e resultando em uma economia superior a R$ 1 bilhão.
Desafios logísticos e soluções
Embora os estoques de vacinas estejam regularizados, algumas dificuldades logísticas persistem. Fatores como a escassez de insumos globais e o não cumprimento de prazos por parte dos fornecedores causaram atrasos no abastecimento de algumas vacinas, como varicela, tríplice viral, febre amarela e HPV. No entanto, o Ministério tem adotado estratégias para garantir o abastecimento, especialmente para os grupos prioritários, como bebês, crianças, idosos e gestantes.
Em relação à vacina contra a varicela, o Ministério formalizou a compra de 8,2 milhões de doses por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e iniciou a produção nacional pela parceria com o Instituto Butantan. Com isso, o Brasil garantirá o abastecimento até 2026.
Além disso, como parte da estratégia para manter o fornecimento contínuo, o Ministério substituiu algumas vacinas, como a DTP, pela pentavalente, que também protege contra a coqueluche. Mulheres grávidas, por exemplo, podem procurar os postos de saúde para a aplicação da vacina dTpa, que está disponível no SUS.
Conclusão
O Ministério da Saúde continua empenhado em garantir a regularização dos estoques e a ampliação da cobertura vacinal no Brasil, buscando sempre melhorar o acesso à vacinação para todos os brasileiros e evitar desperdícios de doses. Com ações coordenadas, transparência na gestão e foco na eficiência, a atual gestão do SUS tem conseguido superar desafios históricos e avançar na proteção da saúde pública.
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