De modo geral, todo contrato tem três etapas: pré-contrato, contrato e pós-contrato. O Memorando de Entendimento é o documento elaborado na primeira fase e visa tornar qualquer negociação mais transparente e segura para todos os envolvidos.
Apesar de pouco conhecido, ele possui uma importância enorme em diversas situações corporativas, como criação de novas empresas, aporte de investimentos, fusões e aquisições (M&A).
Conhecido também pela sua sigla MoU, esse memorando é uma ferramenta que fornece segurança jurídica antes de finalizar a operação e assinar o contrato. Por isso, não deve ser negligenciado.
Se você nunca ouviu falar dele ou conhece pouco sobre o assunto, continue a leitura e aprenda o que é um Memorando de Entendimento, quem pode fazer esse documento, quando usá-lo, sua importância e dicas de como elaborar um completo e eficiente.
O que é Memorando de Entendimento?
O Memorando Entendimento, chamado de MoU (Memorandum of Understanding), é um documento pré-contratual feito por duas ou mais partes, que define os principais termos e condições de um acordo para iniciar a negociação.
Por não ter caráter legal, sendo um documento não-vinculativo, ele não obriga os envolvidos a assumir, no futuro, tudo o que estiver acordado nele, mesmo que haja a assinatura de todos. Podemos dizer que ele é uma manifestação de vontade.
Entretanto, ele deixa toda a negociação mais transparente e pode ser usado como base para a criação do contrato definitivo e formalizado.
Qual a diferença entre Memorando de Entendimento e contrato?
A maior diferença entre eles é que o Memorando de Entendimento é considerado um contrato preliminar (pré-contrato), sem caráter legal e não-vinculativo. Ou seja, as partes podem ou não seguir conforme o que foi estabelecido nos termos e condições.
Já o contrato é um documento com caráter legal e vinculativo, que obriga os envolvidos a seguir à risca o que foi estabelecido em suas cláusulas.
Qual a importância do Memorando de Entendimento?
O Memorando de Entendimento é fundamental para que toda e qualquer negociação empresarial seja mais transparente e segura, especialmente quando falamos sobre operações de fusões e aquisições. Quando assinado, ele se torna altamente estratégico para as partes envolvidas se entenderem, alinhando expectativas, direitos e deveres.
Quando ele é mal-elaborado ou inexistente, pode causar até problemas judiciais futuramente. Portanto, é essencial contar com uma assessoria de M&A, com profissionais altamente qualificados, para fazer esse documento e garantir uma negociação de fusão ou aquisição tranquila.
Apesar de não ter poder legal, pode ser usado perante o Poder Judiciário para o cumprimento de determinados termos e, ainda, para configurar perdas e danos caso haja alguma interferência durante a operação.
Quando usar o Memorando de Entendimento?
O MoU pode ser usado em diversas situações que envolvem negociações entre uma ou mais partes que desejam proteger seus direitos. Em fusões e aquisições, por exemplo, ele assume a função de determinar o escopo da transação e seu cronograma, além de termos e condições.
A propósito, em operações de M&A, esse documento é usado pelo lado do vendedor para atrair investidores e parceiros, e pelo comprador, que tem o intuito de garantir exclusividade de compra e proteção de seus direitos.
Como elaborar um Memorando de Entendimento?
Como não há um modelo único de Memorando de Entendimento, a recomendação jurídica é seguir a configuração de um contrato comum. Ele precisa ser objetivo e bastante claro, sem precisar se tornar um documento muito extenso.
É comum os tópicos e acordos mudarem ao longo da negociação, principalmente em transações de fusões e aquisições, que costumam durar meses e anos, dependendo da complexidade da operação. Porém, há pontos que são inegociáveis, certo?
E são justamente eles que devem ser prioridade ao elaborar um MoU, além de outros termos.
Para ajudar, separamos abaixo um exemplo de estruturação de um Memorando de Entendimento. Confira!
- Explicação sobre a fusão/aquisição que será realizada (do objeto do memorando).
- Qualificação das empresas envolvidas.
- Direitos e deveres, aportes financeiros e participações de cada parte.
- Obrigação ou não de celebrar um contrato futuro baseado no MoU.
- Formas para captar investimentos.
- Formatação da tomada de decisões para celebrar o negócio.
- Termos para resolver conflitos e eleição de foro.
- Benefícios esperados por cada envolvido.
- Se há ou não exclusividade de compra/venda/fusão.
- Sigilo e confidencialidade.
- Possibilidade de arrependimento e rescisão – e penalidades (consequências).
- Condicionantes, prazos e metas a serem atingidos (cronograma).
- Proteção à propriedade intelectual e aos dados confidenciais.
- Cláusulas de não concorrência.
- Vigência do MoU (pré-contrato).
- Local e data.
- Assinatura das partes.
Como fazer um MoU bem-estruturado?
É indispensável elaborar um MoU em operações de fusões ou aquisições. Afinal, por serem negociações mais longas e complexas na maior parte das vezes, ter um documento que mostre com clareza e objetividade as intenções das partes é vital para acelerar o processo e torná-lo mais seguro e benéfico para todos.
E, para cumprir 100% seu papel, é fundamental que o Memorando de Entendimento seja bem-estruturado, incluindo todos os tópicos relevantes. Aqui, a chave é contar com a consultoria e o suporte de uma assessoria de M&A, com profissionais experientes, que sabem exatamente o que precisa ser acordado inicialmente.
Portanto, não se esqueça de contar com uma assessoria experiente e renomada no mercado para que cada etapa da operação seja realizada de modo imparcial e altamente profissional.
Fonte: Capital Invest, uma das principais boutiques de M&A no Brasil, com quase 20 anos de experiência em assessoramento financeiro para avaliação, compra e venda de empresas.
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