Caroline Bezerra Maia entrou para a história do Brasil ao tomar posse como a primeira promotora de Justiça quilombola. Sua nomeação no Ministério Público do Pará marca um marco significativo na representação e inclusão dentro do sistema judicial do país. Segundo informações da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Maia é natural da comunidade quilombola de Jutaí, localizada no município de Monção, no estado do Maranhão.

Filha de pais analfabetos e a mais nova entre seis irmãos, Caroline enfrentou desafios extraordinários em seu caminho rumo ao sucesso. Foi a primeira de sua família a concluir o ensino superior, um feito que exigiu um esforço incansável e uma determinação inabalável. Para financiar seus estudos, ela conciliou o trabalho em um escritório de advocacia com um rigoroso regime de preparação para concursos públicos. Participou do Projeto Identidade da ANPR, que lhe concedeu uma bolsa de R$ 2,5 mil durante seis meses, uma assistência crucial em sua jornada.

“O orgulho que sentimos é indescritível neste momento. Somos uma família de pretos, uma família de quilombolas. Posso até dizer que meu pai foi escravo, pois começou a trabalhar aos sete anos de idade. Isso moldou profundamente nossas vidas. Quando vemos pelo menos uma pessoa de nossa família superando essas adversidades, não há palavras para expressar nossos sentimentos”, compartilhou a irmã de Caroline, Joana, em uma entrevista ao site da ANPR.

Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, expressou sua satisfação com a nomeação de Caroline, destacando que “sua posse é uma conquista para nossos povos tradicionais” e um passo importante rumo à representatividade e igualdade dentro das instituições públicas.