O Maranhão iniciou 2025 com um crime que reforça a necessidade urgente de combater a violência contra a mulher. Francinete de Souza da Silva, de 31 anos, que estava desaparecida há dois dias, foi encontrada morta na residência onde vivia com o companheiro, no bairro São Raimundo, em São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís.
De acordo com o Departamento de Feminicídio da Superintendência Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP), Albertini Santos Galvão, companheiro da vítima há seis meses, é apontado como o principal suspeito do crime.
Em entrevista à TV Mirante, a delegada Wanda Moura, chefe do Departamento de Feminicídio, afirmou que Francinete vivia um relacionamento abusivo.
“Segundo a família, era um relacionamento abusivo. Ele inclusive havia bloqueado todos os contatos dela nas redes sociais, como WhatsApp e Facebook. Isso é muito comum em relacionamentos abusivos: o agressor isola a vítima de sua rede de apoio, deixando-a mais vulnerável e dificultando qualquer tentativa de denúncia”, explicou a delegada.
Após o crime, Albertini fugiu, levando o dinheiro do seguro-desemprego e o celular de Francinete. O Departamento de Feminicídio já informou que pedirá a prisão preventiva do suspeito.
Histórico alarmante de feminicídios no Maranhão
Este é o primeiro caso de feminicídio registrado no estado em 2025. Contudo, o problema está longe de ser isolado. Em 2024, o Maranhão contabilizou 69 feminicídios, um número alarmante que iguala o recorde registrado em 2022. No ano anterior, 2023, foram 50 casos.
Além do caso de Francinete, outras três tentativas de feminicídio já foram registradas no interior do estado em 2025, nos municípios de Araguanã, Cândido Mendes e Amarante. Em uma dessas ocorrências, uma mulher foi baleada pelo companheiro após uma discussão. O agressor foi preso em flagrante, enquanto a vítima segue internada em estado grave.
Francinete não havia registrado boletim de ocorrência contra o suspeito, nem solicitado medida protetiva. A ausência de denúncias é um desafio enfrentado pelas autoridades na luta contra o feminicídio.
A importância de denunciar
A delegada Wanda Moura destacou a necessidade de medidas preventivas e da busca por apoio em situações de violência doméstica.
“Não há segurança para a mulher que permanece em um relacionamento abusivo. É fundamental procurar a delegacia mais próxima, denunciar as agressões e solicitar medida protetiva de urgência. A intervenção estatal pode salvar vidas e evitar novos feminicídios”, alertou a delegada.
A violência contra a mulher continua sendo um dos maiores desafios sociais no Maranhão. A conscientização e o fortalecimento de redes de apoio são passos essenciais para combater essa realidade e garantir que histórias como a de Francinete não se repitam.
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