O Maranhão é o quarto maior produtor de peixes nativos do Brasil, com produção de 23.850 toneladas de peixes, o que corresponde a 95% de sua capacidade produtiva, segundo relatório da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixes BR), publicado no Anuário 2018. O relatório da Peixe BR aponta que “estratégias bem construídas” e medidas de apoio à atividade pesqueira vêm fazendo com que o Maranhão se consolide, cada vez mais, como um dos principais estados produtores de peixes cultivados da Região Nordeste.

Um dos recentes avanços na atividade piscicultora maranhense foi a evolução do nível tecnológico da produção, a partir de convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), como explica o engenheiro de pesca e gestor de Programas de Unidades Regionais da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Sagrima), José de Ribamar Rodrigues Pereira.

“A partir de 2017, foi firmado convênio para prestar assistência técnica e gerencial aos piscicultores atuantes nos Agropolos estabelecidos no Estado, além de aportar equipamentos e insumos para comunidades promissoras, como máquinas agrícolas, construção de viveiros de produção, embarcações para auxiliar no arraçoamento dos peixes, tanques de produção e ração balanceada para todo o ciclo produtivo”, detalha o gestor.

Pereira ressalta, ainda, que desde 2015 a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp) já vem ampliando o suporte técnico aos piscicultores e que a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) tem, nos últimos quatro anos, atuado conjuntamente na orientação e controle dos aspectos sanitários, na produção e despesca, no transporte, no armazenamento e na comercialização dos produtos e subprodutos do pescado.

Plano Estadual 

Segundo o gestor da Sagrima, as atividades em curso não são suficientes para garantir o desenvolvimento sustentável da piscicultura no Maranhão. Ele frisa que a instituição de polos de desenvolvimento para esse segmento da economia é um dos compromissos do governador Flávio Dino para o seu segundo mandato.

“Durante a gestão que se findou em dezembro, a Sagrima, em análise permanente dos projetos em execução e em consultas ao setor produtivo, desenvolveu o marco conceitual e a estratégia a ser implementada em um Plano Estadual de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura, que consiste na instituição de cinco polos, com infraestrutura, logística e tecnologia ajustadas às condições territoriais”, diz Pereira.

Campeões da produção

Atualmente destacam-se quatro polos de produção de peixes no Maranhão: Baixada Ocidental, Baixada Oriental, Região Sul (ou Gerais de Balsas) e Região Tocantina. Os municípios de Matinha, Arari, Vitória do Mearim, Pindaré-Mirim, Igarapé do Meio, Santa Rita, Estreito, Balsas, Imperatriz e Grajaú estão entre os maiores produtores de peixes em cativeiro do estado.

As principais espécies cultivadas no estado são Tambaqui, Tambatinga, Curimatã, Piau e Pacu (todos peixes nativos), além da Tilápia – esta última representa 51,7% da produção nacional. Segundo a Peixe BR, o Brasil atualmente é o quarto maior produtor do mundo de Tilápia.

Ascom