O Governo Federal publicou no Diário Oficial da União, dessa segunda-feira (25), que o Maranhão será reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, a partir do dia 2 de maio deste ano, quando a aplicação da vacina contra a doença será encerrada no estado.
Além do Maranhão, o Distrito Federal e mais 15 estados receberão o reconhecimento, são eles: Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
A decisão é de uma portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Em novembro de 2023, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA) já havia informado que o Maranhão havia sido autorizado a suspender a vacinação contra febre aftosa em todo o estado a partir de 2024 e que, com essa mudança, o estado sairia do status de zona livre de aftosa para zona livre sem vacinação.
A decisão foi dada pela equipe gestora do plano estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), durante reunião nacional no dia 23 de novembro.
De acordo com a Aged-MA, a conquista do status de zona livre da doença sem vacinação vai possibilitar abertura de mercado para a cadeia produtiva do gado e de seus produtos e subprodutos.
Ainda de segundo a Aged, o produtor maranhense tem importante papel na conquista desse novo status sanitário, ao imunizar os animais durante as campanhas de vacinação, com índices acima de 90%, conforme preconizado pelo Ministério da Agricultura.
Após o reconhecimento do Mapa, o próximo passo será o reconhecimento internacional, por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Segundo a portaria publicada nessa segunda, a partir de 2 de maio será proibido armazenar, comercializar e usar vacinas contra a febre aftosa no Maranhão e demais estados divulgados no documento. Também estará proibida a entrada de animais vacinados contra aftosa nesses estados, a menos que sigam orientações específicas do Mapa.
Última etapa de vacinação no MA
A última etapa de vacinação contra aftosa no Maranhão ocorre de 1º a 30 de abril. Diferente das campanhas anteriores, esta etapa de campanha não terá possibilidades de prorrogação de prazo.
A Aged-MA destaca que, após vacinar seus animais, o produtor deve fazer a comprovação da vacina até 17 de maio de forma presencial no escritório da Aged onde a sua propriedade está cadastrada, ou de forma eletrônica, acessando o Sistema de Gestão Agropecuária do Maranhão (SIGAMA), cujo link está disponível na página eletrônica da Agência Estadual: https://aged.ma.gov.br/.
O Maranhão possui 10.788.198 bovídeos (bovinos e bubalinos) espalhados em 113.161 propriedades rurais atualmente. Os animais de todas as idades devem ser imunizados durante a campanha e a Aged-MA já trabalha para que o Maranhão atinja o índice de 100% do rebanho vacinado.
“Estamos nos preparativos para essa etapa de campanha e contamos mais uma vez com o total apoio de nossos produtores, pois todas as instituições ligadas à agropecuária estão somando esforços com a Aged para que tenhamos êxito. Nosso objetivo é fazer o Maranhão conquistar o status sanitário de zona livre de febre aftosa com reconhecimento internacional conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal”, disse o presidente da Aged-MA, Cauê Aragão.
Neste mês de março, a Agência também trabalha junto a todas as lojas agropecuárias cadastradas por meio de fiscalizações e também recebendo vacinas, buscando garantir a oferta do insumo aos produtores rurais. As vacinações assistidas ocorrem somente durante a etapa de vacinação, em abril.
A Aged-MA aponta que, quando o Maranhão recebeu a classificação de zona livre com vacinação, a produção pecuária cresceu e, por conseguinte, aqueceu o setor da agroindústria da carne.
No período de 2012 a 2023 e considerando que o status de zona livre de aftosa com vacinação veio em 2014, houve crescimento do setor pecuário maranhense com a expansão de abatedouros, saindo de 0 estabelecimento em 2012 para 12 empreendimentos em 2023. No mesmo período, houve aumento do rebanho de bovídeos no Maranhão, saltando de 7,4 milhões em 2012 para 10,4 milhões em 2023.
“A conquista e reconhecimento internacional vai permitir que o Maranhão avance ainda mais no setor pecuário. Temos uma logística portuária favorável e pretendemos elevar o Maranhão ao patamar dos estados referência na pecuária”, afirmou o presidente.
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