Quase 1,5 milhão de maranhenses luta diariamente para ter, pelo menos, o que comer, é o que revela uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a extrema pobreza no país.
No Estado, tem gente morando em palafitas, casas sem água tratada que foram erguidas sobre pedaços de pau em áreas de mangue. A diarista Roseane Costa vive em uma área como essa há 10 anos e já passou por situações bem complicadas. Se a maré sobe, inunda tudo. Em um cômodo só, tem sala, uma rede para dormir e cozinha. E a geladeira está vazia.
“A gente morava de aluguel, aí ele (o marido) estava desempregado e a gente veio e comprou esse terreno aqui. Eu vivo de auxílio e não dá pra nada”, relata a diarista.
Em várias regiões de São Luís, por exemplo, a pobreza só aumenta. Uma realidade que mostra que, em 2021 no Maranhão, mais de 1 milhão e 400 mil pessoas viviam em extrema pobreza. E, de lá para cá, isso não mudou muito.
Segundo o IBGE, o Maranhão é o Estado do Brasil com a maior proporção de pessoas em estado de extrema pobreza. Sendo que, 8,4% dos extremamente pobres do país moravam aqui no Maranhão, em 2021.
E, mesmo para quem está empregado o cenário não é bom. O trabalhador maranhense tem o segundo menor salário entre todos os Estados do país. Em 2021, o trabalhador no Maranhão ganhava R$ 1.452, superando apenas o Estado do Piauí (R$ 1.409).
“Grande parte da força de trabalho aqui no Maranhão se insere no mercado de trabalho de maneira informal. E a força do trabalho ocupado aqui no Maranhão, 26% dela é uma força de trabalho sem instrução ou com fundamental incompleto”, destaca o tecnologista de Informações e Estatística do IBGE José Reinaldo Barros.
Há ainda quem ganha menos do que o valor encontrado nas pesquisas feitas pelo IBGE. Tem gente como a desempregada Josy Sales, que não tem dinheiro para nada, vive de doações e mora nas palafitas do Jaracati, em São Luís.
“Depois que meus vizinhos almoçam, conseguem me doar um prato de comida ou até mesmo uma bacia de água, pra eu estar fazendo minha higienização”, relata Josy.
A Síntese de Indicadores Sociais, que é feita pelo IBGE há mais de duas décadas, mostra que a pobreza monetária tem sido marcante na história do Maranhão.
“A pobreza monetária requer um conserto de ações do governo estadual com o governo federal, de tal modo que a gente possa criar alguns nichos de projetos econômicos, que seja capaz de oferecer maiores oportunidades para um conjunto maior maranhense”, explica José Reinaldo Barros.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular informou que foi traçado um plano para promover justiça social e cidadania entre as populações mais vulneráveis do Estado, como forma de erradicar a miséria e reduzir a pobreza.
Com informações do G1 Maranhão
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