Entre janeiro e julho de 2024, 160.393 crianças com até nove anos foram diagnosticadas com excesso de peso no Maranhão, de acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), do Ministério da Saúde.

Esse número representa 26% das crianças maranhenses na faixa etária de 0 a 9 anos, ou seja, 26 em cada 100 crianças no estado estão acima do peso recomendado para a idade.

Alerta e cuidados

Os dados do SISVAN acendem um alerta sobre o crescimento da obesidade infantil. O pediatra Elton Castro Oliveira destaca que a condição é resultado de múltiplos fatores.

“Alimentos ultraprocessados são pobres em nutrientes. Além disso, a falta de educação nutricional afeta diretamente as escolhas alimentares. Sem o devido conhecimento, as famílias acabam optando por alimentos inadequados tanto em casa quanto fora dela”, explica o especialista.

O pediatra também chama a atenção para a substituição da dieta tradicional por opções industrializadas, fenômeno impulsionado pela forte publicidade voltada ao público infantil.

“O tempo excessivo em frente às telas e a falta de espaços adequados para atividades físicas contribuem para o aumento do sedentarismo“, complementa.

Essas escolhas alimentares aumentam o risco de doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, condições que já afetam algumas crianças no estado.

Dados sobre hábitos alimentares

O SISVAN também revela alguns hábitos alimentares preocupantes entre as crianças maranhenses:

  • 33% consomem regularmente alimentos ultraprocessados;
  • 20% ingerem bebidas adoçadas com frequência;
  • 17% consomem biscoitos recheados, doces ou guloseimas;
  • 16% incluem macarrão instantâneo e salgadinhos na dieta;
  • 7% consomem hambúrgueres e embutidos, como salsichas e linguiças.