Moradora da comunidade do Cajueiro, na zona rural de São Luís, a babá Cleane de Jesus da Silva Sá, de 25 anos, foi incentivada por uma enfermeira a se inscrever no Cheque Cesta Básica – Gestante, programa pensado para combater a insegurança alimentar e estimular a assistencial pré-natal entre as gestantes maranhenses.

Cleane e o bebê na casa onde moram (Foto: Nael Reis)

Na quarta semana de gestação, recebeu um telefonema da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informando que ela havia sido selecionada.

No último sábado, dia 5 de outubro, Cleane comemorou o nascimento da sua primeira filha, Jasminy Cantanhede Sá – um dos primeiros bebês a nascer sob a proteção do programa.

A bebê veio ao mundo completamente saudável. Este é um dos objetivos do Cheque Cesta Básica – Gestante, como afirmou o governador Flávio Dino em uma rede social, logo após o lançamento do programa, em maio deste ano.

“Tenho certeza de que vamos acelerar a queda da mortalidade infantil e materna nos próximos anos. Lutamos por uma vida digna para todos, todos os dias”, disse o governador.

Como funciona

O Cheque Cesta Básica – Gestante concede R$ 900 em nove parcelas para as mães cadastradas no programa. O dinheiro deve ser utilizado exclusivamente para aquisição de alimentos, com uma condicionante: comparecimento às consultas de pré-natal. As seis primeiras parcelas são pagas durante o período gestacional e o restante é efetuado nos três primeiros meses de vida do bebê.

Com o dinheiro oriundo do programa, Cleane de Jesus pôde manter uma dieta equilibrada durante a gestação e adquiriu peças do enxoval. Agora que a criança nasceu, ela terá direito às últimas três parcelas do Cheque – já que uma é paga após o parto; e as duas últimas, após as primeiras consultas do recém-nascido.

Caixa do bebê

Cleane de Jesus foi uma das primeiras mães contempladas com o benefício. Esse primeiro grupo de gestantes recebeu ainda um kit com itens para o bebê e uma caixa que pode servir de berço para as crianças nos primeiros meses de vida, em modelo semelhante a políticas adotadas em países como Finlândia e Canadá.

O kit contém algodão, sabonete, creme para assaduras, termômetro, álcool em gel, shampoo, trocador de fraldas, pacote de fraldas de pano e um travesseiro para o bebê.

A babá aprovou o kit. “Eu gostei principalmente do termômetro, porque eu não sabia nem se eu conseguiria comprar. A caixa é bastante necessária, porque eu posso usar até como guarda-roupa. Nem sabia que teria esse presente. Fiquei muito feliz. Acho que a neném também gostou, porque ele dorme bastante no travesseiro que veio com o kit”, conta.

Cleane curte os primeiros dias da pequena Jasminy na casa da mãe, dona Creuza, enquanto o marido, o instalador de ar condicionados Jefferson Cantanhede, enfrenta o fantasma do desemprego fazendo “bicos”. Para ela, o Cheque Cesta Básica – Gestante foi um diferencial e hoje é sinônimo de comodidade.

“O benefício foi importante. Usamos essencialmente para comprar alimentos. A gente não saca mais o dinheiro. Com o cartão a gente vai direto ao supermercado”, diz.

Justiça fiscal e combate à mortalidade infantil

O programa Cheque Cesta Básica – Gestante atua no combate à mortalidade infantil ao passo que garante justiça fiscal, já que os recursos são oriundos de valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrados de produtos da cesta básica (arroz, feijão e ovos).

Grávidas de baixa renda com até 12 semanas e já incluídas no CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – podem ter acesso ao benefício. A estimativa é que até 21 mulheres sejam beneficiadas.

Ascom