O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua aliança com a ex-ministra do meio Ambiente, Marina Silva, candidata a deputada federal pelo estado de São Paulo e uma das lideranças do partido Rede Sustentabilidade, tem como objetivo defender a democracia e tratar a questão ambiental como prioridade.
“Hoje é um dia histórico para o PT, para nossa candidatura e, o mais importante, para quem sonha em fortalecer a democracia no nosso país”, declarou, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (12/09), na capital paulista.
Além de Lula e Marina, o encontro contou com Geraldo Alckmin, candidato à vice-presidente, Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, e Aloizio Mercadante, que é coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin.
“Eu nunca estive distante politicamente, ideologicamente da Marina. E na política, de vez em quando, nós tomamos decisões que nos fazem percorrer determinados caminhos, nem sempre a gente se encontra nesse caminho. Mas também tem momentos na história em que a gente se reencontra. E eu acho que esse reencontro é importante por algumas razões. Não apenas pela qualidade da proposta de programa que a Marina apresenta [na questão ambiental], mas nós já vínhamos trabalhando com as federações, com as fundações de todos os partidos que compõem o apoio à nossa candidatura, mas eu penso que muito mais pelo momento político que a gente está vivendo”, declarou o ex-presidente.
Lula argumentou que a política está violenta por conta do bolsonarismo, e deu como exemplo de paz os debates dos anos 1950 e 60, quando Adhemar de Barros rivalizava com Jânio Quadros em São Paulo, e que os apoiadores de ambos os candidatos pegavam o mesmo bonde e discutiam política sem que houvesse tumulto ou confusão.
“O momento que nós estamos vivendo hoje exige muito mais compreensão de todas as pessoas que fazem política, porque a democracia está correndo risco nesse país. Os exemplos estão dados. Vocês sabem que, em 2018, duas pessoas foram assassinadas. Vocês viram agora um companheiro do PT assassinado no dia do seu aniversário, um companheiro quase decapitado no Mato Grosso. E vocês viram a cena grotesca, vergonhosa, humilhante, do reacionário bolsonarista entregando uma cesta básica para uma companheira que necessitava do alimento”, declarou Lula.
A cena da cesta básica ocorreu em Itapeva, no interior paulista, quando o empresário Cassio Joel Cenali gravou em seu próprio celular o diálogo com uma senhora. Ele pergunta em quem ela vai votar. Quando ela responde “Lula”, o homem humilha a mulher e diz que é a última vez que levará “marmita” pra ela. O vídeo rapidamente viralizou. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) identificou a senhora, doou uma cesta básica de alimentos saudáveis para ela e garantiu a entrega pelos próximos seis meses.
“Eu quero agradecer, Marina, de coração, a tua vinda, o teu apoio. Há muito tempo há expectativa de que o Lula e a Marina iriam conversar. Nós nunca deixamos de conversar, apenas nós nos desencontramos e agora nos encontramos. Nos encontramos para cuidar da política ambiental. Mas, sobretudo, para cuidar desse país, para cuidar do povo trabalhador, para cuidar dos 33 milhões que estão com fome, para voltar a investir na educação, na universidade, na ciência e tecnologia, para investir na saúde, e para dar ao povo brasileiro o mínimo de cidadania que ele necessita e que ele precisa”, completou o ex-presidente.
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