Um alto teor residual de agrotóxicos chega à mesa das famílias brasileiras todos os dias. O resíduo de produtos químicos, utilizados na produção da maioria dos alimentos no País para eliminar insetos ou ervas daninhas das plantações, acabam por invadir as refeições. Higienizar legumes, frutas e verduras da forma correta é a melhor maneira de reduzir o consumo desses defensivos e evitar doenças. 

Nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Pitágoras, Silvana Figueredo explica que limpar os ingredientes com água corrente ou mergulhar hortaliças em uma solução com vinagre, limão ou bicarbonato de sódio não é o suficiente.

Além dos agroquímicos, alimentos mal lavados podem gerar hepatite, gastroenterite, verminoses, leptospirose, entre outras doenças. “Microrganismo patogênicos podem ser encontrados na casca de verduras e frutas pelo contato com o solo, fertilizantes, água não potável e até mesmo com dejetos de pombos, ratos ou outros animais, que podem aparecer no local onde foram cultivados”, alerta. 

O processo de limpeza deve acontecer em duas etapas. “O primeiro processo é o de esfregar os alimentos, um a um, como se estivéssemos arrastando a sujeira. O movimento também pode ser feito com as mãos ou utilizando uma escovinha leve nos casos dos nutrientes que possuem casca mais espessa, como cenouras e chuchus”, menciona a especialista.

Em seguida, o indicado é deixar os ingredientes por 10 a 15 minutos em uma mistura de água com hipoclorito de sódio (água sanitária) na forma de solução até 2,5%. Depois é só enxaguar com água filtrada e consumir. “A solução pode ser feita com água oxigenada 10 volumes como substituição, mas é possível que o produto transfira sabor à comida”, acrescenta. Lembrando deve-se utilizar 1 colher de sopa do produto para 1 litro de água.

Outra dica para diminuir o volume de agrotóxicos nas refeições é optar por frutas, legumes e verduras da estação na hora de fazer as compras. Como estão no período natural para florescer, esses ingredientes precisam de menos agroquímicos para o desenvolvimento, o que permite que eles sejam mais nutritivos, saborosos e baratos. O mesmo vale para ingredientes regionais, que demandam menos o uso de defensivos, já que não percorrem longas distâncias até os supermercados. 

 

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Por Camila Crepaldi