Conhecido por sua postura combativa e por não hesitar em levar denúncias ao Ministério Público e à Justiça, o vereador Leonel Filho agora enfrenta um dilema: terá ele a mesma coragem para questionar a conduta da própria esposa?

A polêmica ganhou força após a divulgação da folha de pagamento da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) referente a janeiro de 2025. Entre os servidores listados, aparece o nome de Rossana Magna de Alencar Hissa Araújo, esposa do vereador, com uma remuneração de R$ 8 mil, descontados apenas os impostos federais — o que indica que ela recebeu integralmente o salário do mês.

O problema? Desde o início de janeiro, Rossana já estava à frente do Hospital Geral Municipal (HGM), o que levanta suspeitas de que ela não comunicou formalmente seu afastamento da EMSERH. Em matéria anterior, o Blog do Leonardo Alves já havia questionado se ela pediu desligamento da UPA para assumir o novo cargo, mas não houve resposta. A falta dessa comunicação pode ter permitido o pagamento indevido.

Além dessa possível irregularidade, o Ministério Público investiga se a nomeação de Rossana no HGM configura nepotismo cruzado — prática em que agentes públicos empregam parentes de outros servidores para driblar as leis que vedam o nepotismo direto.

Se confirmadas as suspeitas, Leonel Filho e sua esposa poderão responder por improbidade administrativa, com penalidades que incluem devolução dos valores recebidos indevidamente, perda de função pública e inelegibilidade.

Diante do escândalo, o vereador, até o momento, mantém-se em silêncio — uma postura que destoa de seu histórico de rápidas e contundentes manifestações quando o alvo são seus adversários políticos. O silêncio levanta uma questão incômoda: Leonel usará o mesmo rigor que aplica aos outros ou adotará dois pesos e duas medidas quando o caso envolve sua família?

A população de Codó aguarda a resposta — e a prova de que a luta por justiça não deve ter exceções.