O caso de assédio sexual que veio à tona, denunciado por Dani Calabresa contra o humorista Marcius Melhem, obteve mais um desdobramento. Uma ação com o objetivo de mostrar mensagens de WhatsApp trocadas entre eles foi arquivada, movida desde 2020.
O caso ainda conta com denúncias de outras sete mulheres. O Tribunal de Justiça de São Paulo deu a decisão de que ela não pode impedir Melhem de se defender, alegando que a atriz e sua advogada levaram o caso à imprensa, além de fazer reportagens e apoiar denuncias contra ele.
No comunicado oficial, a equipe de defesa de Dani lamentou que a Justiça permitiu a divulgação de mensagens, e comparou a vazamentos com “objetivo de atingir a reputação das denunciantes”.
“A defesa de Dani Calabresa lamenta a decisão, mas a respeita, como tem feito ao longo de todo o processo. Ressaltamos que a investigação criminal das denúncias apresentadas por 12 mulheres contra Marcius Melhem por assédio sexual continua sob sigilo de justiça, assim como o processo movido pelo Ministério Público do Trabalho. Infelizmente, temos assistido a uma série de vazamentos, sempre com o objetivo de atingir a reputação das denunciantes. Confiamos que a justiça comprovará todas as denúncias, apoiadas em provas e testemunhos”, diz o comunicado.
A novidade é que o número de casos citados aumentou para 12. A defesa de Marcius também comentou e alegou que não foi ele quem procurou a imprensa primeiramente:
“A decisão da Justiça demonstra a lisura da conduta de Marcius Melhem ao se defender de acusações feitas pela advogada do grupo de oito denunciantes na imprensa, sem nenhuma investigação. Não foi Marcius Melhem quem procurou primeiro a imprensa. A divulgação de mensagens, como bem entendeu a Justiça, apenas ocorreu após o amplo ataque que ele sofreu publicamente. Marcius respeita a Justiça e o sigilo das investigações e irá sempre se defender de todas as formas legais para demonstrar a sua inocência diante das mentiras contadas. E sempre irá esclarecer a opinião pública quando alguma inverdade for dita a seu respeito.”
O CASO
A denúncia veio à tona em 2019, em uma nota na coluna de Leo Dias. Em 2020, um comitê do Grupo Globo absolveu o comediante, porém, encerrou o contrato com o diretor do núcleo de humor, com um texto em homenagem à sua obra em agosto. No mês seguinte, as acusações se tornaram oficiais, e não mais boatos, uma vez que a advogada Mayra Cotta tomou a frente e representou as denuncias nas páginas do jornal Folha de São Paulo. Em dezembro, uma publicação na revista Piauí montou o caso, com informações detalhadas sobre os constantes casos de assédio, em especial Calabresa.
A bomba estourou e trouxe a ira para Marcius nas redes sociais, entrando na justiça contra a revista, Calabresa, a advogada e contra diversos colegas. Em entrevistas, ele começou a mostrar sua versão com conversas no WhatsApp, e sugeriam que eles mantinham uma relação íntima e amigável. A defesa da humorista entrou na Justiça contra a exposição e divulgação dos textos e áudios, com um pedidos de indenização pelas conversas privadas. Na quarta, 3 de agosto, o pedido foi negado, acolhendo e concordando com o pedido da Procuradoria-Geral do Estado, solicitado também pelo Ministério Público, não cabendo recurso.
“Ele somente o fez (a divulgação de mensagens) após ser acusado publicamente pela ofendida e por sua advogada (Mayra Cotta) da prática de crimes graves de assédio moral e sexual, visando defender-se das referidas”, diz o relatório do Ministério Público do Estado encaminhado ao juiz, que o acolheu.
Com informações do Jornal Itaqui-Bacanga
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