A família de Maria Daiane Souza da Silva, de 25 anos, que morreu após dar à luz no hospital de Feijó, interior do Acre, sofreu outro grande perda na manhã desta terça-feira (9). Enquanto preparavam o velório da jovem, os familiares foram informados de que José Domingos Souza da Silva, de 27 anos, irmão de Daiane, foi encontrado morto dentro do Complexo Penitenciário de Rio Branco.
O jovem morava na capital com amigos. Daiane, como era conhecida, morreu na madrugada desta terça horas após o parto do terceiro filho. A família acusa o hospital de negligência.
Ele estava sozinho na cela 25 do pavilhão L da Unidade de Regime Fechado. A presidência do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) divulgou uma nota destacando que aguarda o ‘resultado da perícia técnica para a confirmação da causa da morte’. A suspeita é de que José Domingos tenha se enforcado.
Lidiane Souza da Silva, irmã de Daiane e José Domingos, disse que o rapaz tinha se mudado de Feijó para a capital há poucos meses em busca de melhorias de vida. Ele morava sozinho na capital e a família não soube dizer o motivo da prisão.
“Outra tragédia. Recebemos a notícia de que ele tinha sido preso, ficamos sem contato porque moramos longe. Desde que foi preso não tivemos contato com ele. Foi para ter uma vida nova, mas não sabemos o que andava aprontando”, lamentou.
O corpo de José Domingos será encaminhado para Feijó, segundo Lidiane. A família ainda não sabe se os irmãos serão velados juntos.
Lidiane contou que o irmão não chegou a saber da morte de Daiane. “Não sabemos o que aconteceu, o Iapen ligou, mas tivemos mais detalhes pelas redes sociais.
Morte em Feijó
Daiane tinha indicação de cirurgia para retirada do filho. Durante a manhã dessa segunda (8), ela passou mal, foi no hospital em busca de atendimento e foi orientada a voltar para casa. À noite, a jovem começou a sangrar e foi levada às pressas para a maternidade.
Daiane foi submetida a uma cesariana para retirada do 3º filho, teve hemorragia e uma parada cardíaca na madrugada e não resistiu. Para a família, se o bebê tivesse sido retirado pela manhã a mulher teria sobrevivido. “Se tivesse tido o bebê conforme o encaminhamento, não teria acontecido essa tragédia. Os outros partos dela foram assim, tinha que retirar rápido. A primeira filha dela nasceu em Tarauacá porque, na época, não fazia cesária aqui”, relembrou Lidiane.
A família foi informada que Daiane sofreu um deslocamento da placenta, que causou a hemorragia. Durante a madrugada, a paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Os parentes pretendem denunciar o médico.
“Queremos justiça. Não pode ficar impune. O bebê ainda está no hospital, vão fazer exames para saber se está tudo bem e será liberado. Não sabemos nem ainda como vai ficar, quem vai ficar com ele”, concluiu.
A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) emitiu uma nota após a morte e afirmou que abriu um processo administrativo para apurar as denúncias.
Com informações do G1
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