Em um discurso contundente na tribuna da Assembleia Legislativa, a deputada Iracema Vale (PSB), reeleita presidente do poder legislativo, fez um balanço sobre o resultado da acirrada eleição interna, que terminou em empate de 21 votos a 21. Ela foi declarada vencedora com base na regra de antiguidade. Durante sua fala, a parlamentar trouxe à tona detalhes de um suposto “compromisso jurídico” entre os deputados Fernando Braide (PSD) e Othelino Neto (Solidariedade), insinuando a existência de um acordo que configuraria tráfico de influência na disputa pela presidência da Casa.
Segundo Iracema, antes da votação, Fernando Braide teria tentado firmar um acordo político com ela em troca de seu voto, mas ela recusou devido a impossibilidades jurídicas. “Fernando Braide tem o meu respeito. Ele declarou o seu voto e explicou os motivos. Mas eu lhe disse que não poderia fazer o compromisso que Vossa Excelência fez. Não teria como, porque, do ponto de vista jurídico, não seria possível”, afirmou a deputada, sugerindo que o acordo em questão envolvia interesses de cunho político e jurídico.
Sem revelar os termos exatos da negociação, Iracema explicou que a recusa levou Fernando Braide a votar em Othelino Neto, adversário dela na disputa. Segundo a presidente reeleita, o voto de Braide teria sido condicionado ao cumprimento do suposto compromisso firmado entre ele e Othelino. “O Fernando votou no adversário porque acreditava que Othelino cumpriria o acordo proposto”, declarou Iracema, insinuando que a negociação poderia ser enquadrada como tráfico de influência.
Apesar das acusações, Iracema ressaltou a postura sincera de Fernando Braide durante o processo eleitoral. “A minha conversa com vocês foi tranquila, uma conversa de mostrar o meu trabalho, de ter o meu reconhecimento. O Fernando saiu grande porque foi sincero”, afirmou a parlamentar.
Othelino Neto, por sua vez, optou por não comentar as declarações de Iracema quando questionado pela imprensa.
Além das polêmicas envolvendo a eleição, Fernando Braide enfrenta um processo de cassação de mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, o que adiciona ainda mais complexidade ao cenário político.
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