Profissionais do Instituto Amares estão em busca da carcaça de um golfinho encontrado morto no último domingo (13) na Praia do Araçagi, em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís.

O animal é um boto-cinza (Sotalia guianensis), uma espécie de golfinho costeiro encontrada do Amapá a Santa Catarina. Embora seja comum ao longo do litoral maranhense, essa espécie frequentemente interage de forma negativa com a pesca devido ao seu hábito de viver próximo à costa.

Equipes não localizaram a carcaça

Após serem informados sobre o achado, uma equipe do Instituto Amares foi ao local, mas não conseguiu encontrar a carcaça.

Segundo Nathali Ristau, bióloga, pesquisadora e presidente do Instituto, ainda não se sabe o destino da carcaça. “Pode ter sido recolhida, jogada em outro local ou até enterrada”, afirmou.

Ela explicou que o instituto atende a encalhes de diversas espécies, como golfinhos, baleias, peixe-boi e aves marinhas, por todo o litoral do Maranhão. “Recebemos a notificação no domingo pela manhã, e a equipe, incluindo um veterinário, se deslocou até a praia. No entanto, após buscas ao longo da extensão da praia e conversas com a equipe dos bombeiros, que também fizeram rondas, a carcaça não foi localizada”, disse Nathali.

Possível mutilação por faca

Nathali relatou que, a partir das imagens de vídeo que circularam na internet, é possível ver que o golfinho estava com cortes profundos, possivelmente feitos por faca, e que a carcaça estava relativamente fresca.

“Parte da musculatura do animal havia sido removida. Infelizmente, essa prática não é incomum na costa do Maranhão, devido à frequente interação entre essa espécie e a pesca. Muitas vezes, os golfinhos ficam presos nas redes de pesca, acabam se afogando e, em alguns casos, os pescadores utilizam a carne desses animais, especialmente para isca em pescarias de tubarão”, explicou a bióloga.