Os povos indígenas representam menos de um por cento da população do Maranhão. Apesar de poucos, eles ainda sofrem com a falta de direitos básicos, como a falta assistência básica à saúde.
A liderança indígena Fredson Guajajara é mais um a denunciar as condições precárias de saúde, agora na terra indígena Araribóia. A terra abrange 5 municípios do sul do Estado e tem mais de 400 mil hectares. “Os povos indígenas dos povos do Maranhão estão passando por uma grande dificuldade por falta de atendimento de qualidade nas aldeias”.
Na aldeia Juçaral, na cidade de Amarante, onde vivem Frederico e outros indígenas têm posto de saúde, mas faltam equipamentos e estrutura adequada para atender à população. “Precisamos de um atendimento de qualidade nas nossas comunidades. Estamos aqui sem medicamento em nossa comunidade. Precisamos de transporte que socorre como emergência para a cidade”.
Na aldeia Cana Brava, a estratégia para compensar a falta de estrutura e profissionais é um carro, que leva pacientes para o hospital. O veículo é do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei), que é ligado à secretaria especial de saúde indígena, mas, só fica disponível durante o dia e em algumas poucas comunidades.
O presidente da Organização do Supremo de Caciques, cacique José Luciano Guajajara, diz que que falta até transporte para levar os indígenas que estão doentes. “Nós não temos carros para a noite e o carro para a noite as vezes a gente liga para Grajaú e manda um carro para buscar e muitas vezes nós pega e leva paciente pra Grajaú. Quando a gente não tem carro a gente aluga os carros dos parentes pra levar o paciente”.
A aposentada Angelita Tanaza Guajajara tem quase 90 anos. Há 180 dias não consulta um médico. A consequência disso ela sente todos os dias. “Pressão. Sinto a dor nas pernas. Eu fico cansada e qualquer coisinha quando eu falo muito eu fico sem fôlego”.
Um levantamento parcial do IBGE, que ainda está concluindo o censo de 2022, diz que o Maranhão tem mais de 56 mil [56.260] indígenas, isso é menos de 1% da população maranhense. Ainda assim, eles precisam constantemente protestar em busca de um direito básico
Só este ano foram quatro protestos contra o abandono da saúde nas aldeias. Para o advogado da Pastoral da Terra, Rafael Silva, o problema está ligado a outra necessidade básica: o direito ao reconhecimento das terras. “Não há como dissociar a proteção da vida dessas coletividades a proteção dos seus territórios. É o corpo no qual se expressam as suas existências. A desatenção a saúde, a educação indígena, a proteção dos territórios são todas questões vinculadas”.
As terras indígenas no Maranhão correspondem a cerca de 9%, ou seja pouco mais de 2 milhões de hectares, delas ainda aguardam a titulação pela Funai.
Com informações do G1 Maranhão
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