O corpo da indígena Yolete Krikati foi encontrado na sexta-feira (30), próximo a uma fazenda situada no município de Montes Altos, Maranhão. Yolete estava desaparecida desde o dia 18 de agosto, quando saiu para pescar no rio Arraias.

As causas da morte ainda são desconhecidas, e o Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz está conduzindo a perícia. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIM), os pescadores que estavam com Yolete no dia do desaparecimento relataram que não perceberam o momento em que ela se separou do grupo. O corpo da vítima foi encontrado em estado de decomposição, próximo a uma casa na fazenda.

O corpo foi localizado após mulheres Krikati, que estavam a caminho da aldeia Arraia, onde Yolete morava, relatarem ter sentido um “cheiro podre”. Com essa informação, o cacique da comunidade organizou grupos de busca, que acabaram encontrando o corpo. A comunidade indígena agora aguarda os resultados da perícia do IML e das investigações.

Yolete é a segunda mulher indígena encontrada morta no Maranhão nos últimos dias de agosto. No dia 23, Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos, foi assassinada pelo marido, Wendel Machado, em Amarante. Uma semana antes, ela havia fugido para a casa dos pais após ser ameaçada de morte, mas ao retornar foi morta a golpes de faca. O corpo foi encontrado pelo pai da vítima.

Esses casos agravam a preocupante situação de violência contra os povos indígenas no estado. Segundo o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2023”, o Maranhão é o estado da região Nordeste com o maior número de assassinatos de povos originários. No ano passado, foram registrados 10 homicídios, além de outras violências: 5 tentativas de homicídio e ameaças, 2 casos de violência sexual, e 7 de racismo.