Há duas semanas, um incêndio de grandes proporções tem devastado uma reserva ambiental, destruindo plantações de eucalipto, açaí e grãos em várias cidades do sul do Maranhão.

Em Imperatriz, a 629 km de São Luís, o fogo consumiu vastas áreas de eucalipto pertencentes a uma empresa de papel e celulose, com mais de 1.500 hectares já destruídos nos últimos dias. Em 2023, a região sofreu com a perda de 1.800 hectares devido a queimadas, e a atual situação agrava ainda mais o cenário. O céu encoberto pela fumaça e o rastro de destruição demonstram a gravidade do problema.

Uma equipe da TV Mirante sobrevoou a região afetada, que abrange mais de 12 mil hectares. Desses, 8 mil correspondem a uma área de preservação ambiental, o equivalente a oito campos de futebol, onde espécies da fauna e da flora estão sendo dizimadas pelas chamas.

Segundo o tenente-coronel Ferreira Silva, comandante do Centro Tático Aéreo (CTA), há suspeitas de que alguns desses incêndios tenham sido provocados de forma intencional. “Infelizmente, muitos incêndios têm ocorrido, e muitas áreas foram destruídas. Tudo indica que, em várias situações, houve intenção criminosa”, afirmou.

As plantações de babaçu e açaí, que sustentavam centenas de famílias em povoados próximos à reserva, também foram destruídas. A devastação deixou as comunidades sem sua principal fonte de renda.

“Com essas queimadas, não teremos mais frutos. Não é só pela polpa. A safra do açaí dura apenas seis meses, e com o fogo, perdemos a chance de manter essa fonte de renda para as famílias”, lamenta Elcilene Nascimento, extrativista de açaí.

Fogo no sul do Maranhão

Na região do Parque Nacional da Chapada das Mesas, um dos principais pontos turísticos do sul do estado, o incêndio, iniciado em áreas de cerrado, alcançou o topo das colinas, ameaçando a vegetação nativa.

Em Balsas, a 860 km de São Luís, produtores de grãos contabilizam enormes prejuízos. Em uma única área, o fogo destruiu 3 mil hectares de lavouras. Sem previsão de chuvas, a preocupação com o surgimento de novos focos de incêndio continua a crescer.

“Estamos cada vez mais pressionados por essa situação, e o fogo está trazendo grandes prejuízos para a agricultura do Maranhão”, afirma Fausto Garcia, agricultor.