Exemplo de fé e perseverança, a aposentada Joana Maria venceu uma dura batalha contra o câncer de mama aos 76 anos de idade, após enfrentar cirurgia e quase um ano de tratamento quimioterápico e radioterápico.
O diagnóstico que mudou radicalmente a vida da idosa, que hoje tem 87 anos, aconteceu em abril de 2013, depois de ela notar, durante o banho, um pequeno caroço em um dos seios e secreção no mamilo.
“Senti um caroço do tamanho de um milho”, contou Joana.
Preocupada com os sintomas, a filha de Joana, Azenate Beserra, trouxe a mãe a São Luís para uma consulta médica na rede particular, já que na época a aposentada morava em Barra do Corda, no interior do Maranhão.
“Mandei a passagem para ela vir para São Luís para a gente marcar uma consulta e ver o que era. No dia da consulta, a médica já percebeu pelos sintomas que não era algo simples”, disse Azenate.
O resultado da biópsia, exame que consiste na retirada de um fragmento do nódulo suspeito, trouxe um choque para a família: tratava-se de um agressivo carcinoma, tumor maligno.
“Quando soube do diagnóstico, chorei muito, tinha certeza que minha mãe não ia aguentar o tratamento”, afirmou a filha da idosa.
Apesar do diagnóstico nada animador, Joana se manteve firme para enfrentar a luta que viria pela frente. “Eu não fiquei com medo, criei coragem. Fiquei confiante no tratamento e de que eu ia ficar boa”, disse.
A caminhada até a cura
Por causa da avançada idade de Joana, a médica que a atendeu recomendou que o tratamento fosse iniciado o mais rápido possível. O primeiro passo seria a realização de uma mastectomia parcial para a retirada do tumor. Depois, quimioterapia e radioterapia.
Todo o tratamento, incluindo a cirurgia, foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Aldenora Bello, na capital.
“Um mês após o diagnóstico, ela começou o tratamento. O tratamento e a cirurgia foram pelo Hospital Aldenora Bello. Depois ela passou quase um ano fazendo quimioterapia e radioterapia”, relatou a filha da aposentada.
O pós-operatório foi marcado por muitas dores a cada troca diária de curativo. Azenate conta que a mãe ainda ficou muito abalada ao ver que parte da mama havia sido retirada na mastectomia, pois é muito vaidosa. No entanto, com o tempo, ela passou a se acostumar com a nova aparência.
A quimioterapia e radioterapia também não foram fáceis de encarar. Nos primeiros meses, por causa da forte medicação, Joana sentia muitos enjoos e não conseguia comer. Ao decorrer do tratamento, ainda veio outro desafio: a queda de cabelo.
“Foi tão difícil para ela quando o cabelo começou a cair, ela chorava e falava que estava feia. Levamos ela no salão para cortar o cabelo e depois compramos vários lenços para colocar na cabeça. Sempre dizíamos que ela estava linda, que ia nascer o cabelo novamente e mais lindo ainda”, disse Azenate.
Após cerca de um ano de quimioterapia e radioterapia, a família recebeu a tão esperada notícia de que o câncer estava em remissão, ou seja, não era mais detectado por nenhum exame.
Se passaram cinco anos sem qualquer evidência da doença e, assim, foi confirmado que Joana estava curada.
“A sensação de saber que mamãe estava curada foi a melhor do mundo. A família toda ficou aliviada. Ela foi uma guerreira e venceu a batalha”, contou a filha da aposentada.
Hoje, a idosa vive normalmente. A jornada até a cura foi de altos e baixos, mas Joana conseguiu superar todas as dificuldades impostas pela doença. O segredo, segundo ela, é ter fé.
“Nunca fiquei nervosa, nem no dia da cirurgia. Sempre tive a confiança em Deus”.
Outubro Rosa
O mês de outubro é marcado pela campanha “Outubro Rosa”, movimento de conscientização para o controle do câncer de mama. Além da troca de informações sobre a prevenção da doença, a data tem o objetivo de proporcionar mais acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento, ampliando o combate ao câncer de mama e reduzindo a mortalidade.
No Maranhão, foram registrados 2.030 casos de câncer de mama somente em 2022, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Já de janeiro a abril deste ano, 144 pessoas foram diagnosticadas com a doença.
Vale ressaltar que este tipo de câncer também pode atingir homens, já que eles têm glândulas mamárias e hormônios femininos, ainda que em quantidades menores em relação às mulheres.
Com informações do G1
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